Mudança do Garcia traz protesto e muita irreverência neste penúltimo dia de Carnaval
Mudança do Garcia traz protesto e muita irreverência neste penúltimo dia de Carnaval
Como já é tradição na segunda de carnaval, a ‘Mudança do Garcia’ levou uma multidão de foliões para as ruas do bairro. Quem compareceu à festa nesta segunda-feira (12/2), curtiu sob um verdadeiro dilúvio a animação do penúltimo dia de folia em Salvador. Gratuita e sem cordas, a única exigência para participar da festa era ter fôlego, bom humor e não ser ‘de açúcar’. Afinal, São Pedro resolveu não colaborar muito desta vez.
“Que chuva é essa?! Meu Deusssssss!”, dizia a aposentada Elaine Sampaio, 80 anos. “Tava um sol danado e agora esse dilúvio”, chiava. Há mais de 80 anos de história, a ‘Mudança do Garcia’ continua seguindo o modelo dos antigos carnavais.Com fantasias e muito bom humor, os foliões aproveitaram para problematizar questões ligadas à realidade social, política e econômica da Bahia e do Brasil. O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o ex-presidente Lula, além do presidente Michel Temer foram, de longe, os mais lembrados pelos foliões.
“É um absurdo Lula estar solto! Cadeia nele e em todo político corrupto desse país. Passou da hora de moralizar o Brasil. A Mudança do Garcia é nosso espaço para isso, protestar com muito bom humor e seriedade ao mesmo tempo. Chega de robalheira”, bradava Carlos Nascimento.
Quem também aproveitou a oportunidade para reclamar foi o ex-vereador Hilton Coelho (PSOL). “Hoje é um dia marcante. É uma boa oportunidade de se valorizar, mais uma vez, o carnaval sem corda. O carnaval democrático…do povo”, ressaltou.
Foram cerca de 3 quilômetros de percurso, que teve início com a concentração no final de linha do bairro, e seguiu até o Campo Grande, início do circuito Osmar. Durante o percurso, muita festa dos moradores, que transformaram varandas e lajes em camarotes particulares, para curtir a festa. “Desde meus 15 anos não perco uma edição da Mudança. Dessa vez, não seria diferente. Chamo a galera para bater aquela feijoada e cair na folia também”, gabava-se Lucas Cardoso, 46 anos, nascido e criado no bairro.
HISTÓRICO
A versão mais popular do surgimento do bloco diz que uma prostituta decidiu se mudar do bairro em uma segunda-feira de carnaval, depois de ter sido expulsa pela elite da sociedade da época. A partir disso, na segunda-feira de todos os carnavais, moradores do bairro fazem o movimento, lembrando a mudança da mulher.
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