Cultura

‘TUDO SE MODERNIZA’, diz Sarajane sobre ‘invasão’ de ritmos no Carnaval de Salvador

‘TUDO SE MODERNIZA’, diz Sarajane sobre ‘invasão’ de ritmos no Carnaval de Salvador

Por Juana Castro

‘TUDO SE MODERNIZA’, diz Sarajane sobre ‘invasão’ de ritmos no Carnaval de SalvadorDivulgação

“Abre a rodinha, meu amor

Abre a rodinha, por favor”



Talvez você não tenha “brincado o Carnaval” quando a música “A Roda” estourou, em Salvador e todo o Brasil, no final da década de 80. Mas, certamente, já ouviu o refrão que inicia esta matéria. Na voz da cantora Sarajane, a canção dominava as paradas de sucesso da época e arrastava milhares de foliões atrás do trio elétrico.


No entanto, muita coisa mudou com o passar dos anos e o axé, símbolo da folia momesca na Bahia, cedeu espaço para outros gêneros musicais, como o sertanejo e, mais recentemente, o funk. Nesta segunda-feira (5/2), inclusive, o jornal Folha de S. Paulo, trouxe o assunto à tona.


Com o título “Que Carnaval é esse?”, uma referência ao hit do momento – “Que tiro foi esse”, da funkeira Jojo Toddynho -, a publicação traz um levantamento das músicas mais tocadas no Carnaval de 2008 a 2017, o qual mostrou que só houve música baiana no primeiro lugar do pódio em 2010 (“Rebolation”, do Parangolé) e 2011 (“Liga da Justiça”, do grupo Levanoiz).


Para comentar esse “fenômeno”, o Aratu Online conversou com uma das pioneiras do axé music, citada anteriormente, Sarajane. No ano em que comemora 30 anos de carreira, mesma idade do seu maior sucesso, a cantora fala sobre o futuro do gênero o qual a consagrou.


“O axé é uma mistura de ritmos e se coloca em uma posição em que absorve o gosto popular. Sempre vai ter na folia, assim como o frevo, ijexá… Mas o Carnaval de Salvador é um espaço democrático”, afirma a artista. No entanto, ela acredita que a capital baiana perde um pouco a identidade, e que os turistas encontrarão, aqui, o mesmo que podem encontrar em outros espaços e períodos. “Se não cuidarmos da nossa cultura, ela morre a cada dia”, diz.


Sarajane pontua, também, que “axé” quer dizer energia e isso “cobre toda essa coisa do plural”. Para ela, “tudo se moderniza e temos que estar preparados para o novo”. Cita, ainda, a regravação da música “Eu Sou o Carnaval”, de Moraes Moreira, com participação da cantora Iza (veja vídeo abaixo), e o sucesso que faz a banda BaianaSystem: “Eles têm a guitarra baiana e o rock. Onde que a gente ia imaginar que a galera alternativa estaria no Carnaval como o maior público, uma loucura, a coisa mais linda”.



Por fim, a artista fala de quando começou e da incerteza do futuro do gênero genuinamente baiano e da folia. “Temos que parar com o ‘ah, tem que ser como Banda Mel ou Cheiro tocavam… Não! É tudo misturado, mesmo! Tem os momentos de curtir cada música”, afirma. “Na época que a gente veio, também, todo mundo falava que ‘o Carnaval era com Moraes’. Foi assim, também. O que vai acontecer? Só Deus sabe! Temos que pagar para ver”, conclui.


Atualmente, Sarajane mora em São Paulo, mas já está em Salvador, onde se prepara para a festa. Para ver a programação completa do Carnaval, clique aqui.


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*Publicada originalmente às 14h16


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