Samba tomou conta da Avenida na sexta de Carnaval
Samba tomou conta da Avenida na sexta de Carnaval
O segundo dia de carnaval Ouro Negro na Avenida (Circuito Osmar) teve samba de primeira, comemoração de aniversário e a beleza de tradicionais blocos afro, arrastando multidões de apaixonados dentro e fora das cordas.
Tudo começou com o bloco Saudade e Folia, com a banda Katulê, o Reduto do Samba, trazendo o grupo Harmonia do Samba, o Soweto, com o grupo Fundo de Quintal e o Samba Popular. Mas a noite ainda prometia mais celebração com o Bloco Alvorada, o mais antigo bloco de samba da Bahia e primeiro do gênero a desfilar na sexta-feira de carnaval no circuito. Com estas credenciais, o bloco, que arrasta este ano três mil foliões, se consagrou neste aniversário como uma das mais renomadas entidades carnavalescas baianas.
Para o cantor e compositor Nelson Rufino, uma das atrações do bloco, participar desta festa só reforça a relação com o samba e com o bloco do qual é presidente, o Amor e Paixão, ?Acompanho o Alvorada desde a época em que desfilava com a bateria. Fico realizado pela celebração do samba da Bahia, por ter uma entidade que hoje comemora 40 anos?, disse. O bloco do ?amanhecer? ? pois só termina nas primeiras horas do sábado ? também é conhecido por trazer para a Avenida uma seleção de bambas de diferentes gerações como Roberto Mendes e Raimundo Sodré, do recôncavo, além de sambistas de São Paulo e Rio de Janeiro, como o compositor da Escola de Samba Salgueiro, Marquinho Sathan e o ?Príncipe do Pagode?, Reinaldo.
O Alvorada trouxe ainda a conhecida ?prata da casa? como Bira do grupo Negros de Fé, Arnaldo do Tempero do Samba, Tiago do Relicário, Marcos Poca Olho do Samba Tororó, Romilson do Partido Popular, Valdélio França e os consagrados pelo samba da Bahia Aloísio Menezes e Gal do Beco. ?Temos compromisso com a entidade, porque damos valor ao samba da Bahia. Estamos nos 40 anos querendo celebrar isto e muito mais?, comenta o presidente do bloco, Vadinho França.
Afro ? Mas os tambores negros também rufaram no Campo Grande. A percussão dos blocos Cortejo Afro, Olodum e Os Negões arrastou baianos e turistas que desfilaram nas entidades carnavalescas, conhecidas pela batida dos tambores e cânticos inspirados nas canções da África. Mais do que o ritmo contagiante da batida percussiva, os grupos levaram para a avenida um verdadeiro desfile de fantasias em homenagem aos orixás e à cultura afro. Com o tema “Oyá Balé – A Dona da Porteira do Continente Africano – uma homenagem a Mãe Santinha de Oyá”, o Cortejo Afro arrastou 2.500 foliões.
O bloco Os Negões, que tem o samba-mambo como referência musical, trouxe para o carnaval seus dois mil membros cantando o tema ?Bahia, a explosão cultural afro brasileira?, que vai ao encontro do objetivo da entidade, que é promover a cultura afrobrasileira como instrumento de conscientização. O mundo afro também foi contemplado pelo bloco Olodum, que com seus 120 percussionistas apresentou o tema ?Etiópia. A Cruz de Lalibela. O Pagador de Promessas?. O Ouro Negro continua neste sábado (14) nos três circuitos da folia.