30 anos de axé: Novos Bárbaros, fábrica de talentos que impulsionou o ritmo
30 anos de axé: Novos Bárbaros, fábrica de talentos que impulsionou o ritmo
No ano em que se comemora os 30 anos do Axé Music, o Aratu Online homenageia os grandes nomes que marcaram a história do ritmo na Bahia e no Brasil. Faltando apenas 9 dias para o Carnaval, o portal realiza uma contagem regressiva, onde a cada dia um artista será o protagonista desta história de muito sucesso.
Os foliões mais antigos, que acompanham o Carnaval desde a década de 80, nos primórdios do axé, certamente se lembram desses versos: ?E a terra tremeu, tremeu tremeu, tremeu, e o céu mudou de cor…”, cantados em ?A Terra Tremeu? sucesso da banda Novos Bárbaros, que conquistou os foliões e amantes da festa. O grupo era um projeto do produtor e carnavalesco Alberto Tripodi, que reunia e lançava talentos ano após ano e que teve papel fundamental no desenvolvimento, renovação e consolidação da música baiana. Outros hits marcantes como ?Pipoca? e ?Dança dos dinossauros? ficaram na história.
Participaram dessa empreitada, singular para a época e que provavelmente não tem paralelo no universo do axé, nomes como SaraJane, Buk Jones, Laurinha, Zelito Miranda, Simone e o lendário Jota Morbeck, um dos primeiros cantores a comandar o público em cima de um trio elétrico. Morbeck também teria sido o primeiro a executar a música ?Eva?, um dos maiores hinos do axé, regravado por artistas como Ivete Sangalo e Saulo e até hoje é uma das músicas mais executadas do Carnaval.
A época ainda é lembrada com saudades por Edu Casanova, um dos cantores que fez parte da história do grupo. ?Dividíamos publico com o Chiclete (no Carnaval). Onde a gente tocava era sucesso e tínhamos um dos melhores trios da época. Também fomos a primeira banda a ter uma produção cênica, com figurinos e efeitos especiais” conta, em contato com o Aratu Online.
Edu estará, ao lado de Simone Moreno, no Expresso 2222, em comemoração aos 30 anos de axé. Quando faz uma reflexão a respeito do ritmo, ele se mostra crítico: ?eu acho que o axé perdeu um pouco a característica. Deixou de ser uma música baiana, de raiz, para seguir um lado mais comercial?, pontua.
Além disso, Edu afirma que o Carnaval de Salvador também tem perdido as suas características. ?A festa está muito aberta. Muitos artistas de fora. Para se ter uma ideia, tem camarote que fechou a programação com 100% de artistas de fora. Você não vê isso em Recife, por exemplo?, critica.
Apesar das dificuldades e das mudanças pelas quais passaram o ritmo e a festa, o grupo Novos Bárbaros merece ser lembrado como um celeiro singular de artistas, que ajudou a construir a história do axé e da música feita na Bahia.