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Como ser um ativista da função social da empresa com 54% dos trabalhadores baianos na informalidade?

Colunista On: Paulo CavalcantiVice-presidente na Associação Comercial da Bahia
Como ser um ativista da função social da empresa com 54% dos trabalhadores baianos na informalidade?

Crédito da foto: Jefferson Peixoto/Secom

 


Na última quinta-feira (17/6), mediei uma das edições dos "Encontros Empresariais 2021 - Estratégias para retomada do crescimento empresarial na Bahia", promovidos pelo Sebrae Bahia e entidades empresariais e institucionais que compõem seu Conselho Deliberativo, dentre as quais, a Associação Comercial da Bahia. 


Com o tema “MPEs e Enfrentamento da Covid-19”, a mesa contou ainda com as presenças de Mariana Viveiros, do IBGE, e João Tude, da UFBA. Dentre as importantes contribuições da atividade, um dado me chamou a atenção: segundo o IBGE, 54% dos postos de trabalho do estado da Bahia são informais.    


Imediatamente, comecei a refletir sobre o papel de um ativista da função social da empresa diante de um número alarmante e que me deixou bastante preocupado. O que podemos fazer para atender a esta parcela da população que, embora informal, também é, de certa forma, empresária? Como reconhecer devidamente o espírito empreendedor destas pessoas que, quase sempre sozinhas, vão à luta para defender seu ganha pão, o sustento de suas famílias?


Sendo um ativista da função social da empresa, o dado deixou claro para mim que o ser humano está diretamente ligado ao empreendedorismo, seja lá qual for a sua atividade, se formal ou informal. Com absoluta certeza, várias empresas formais nascem dessas  iniciativas, uma junção entre a ideia, a execução e a formalização. Ficou claro para mim também que, para muitos destes empreendedores informais, a função social da empresa, por si só, é sobreviver, conseguir o sustento e poder participar da sociedade civil de forma digna.


Grandes, médias ou pequenas, muitas empresas conquistaram o seu CNPJ a partir de uma atividade informal. O dado, ao mesmo tempo que nos preocupa, também nos motiva a continuar empenhados para fazer com que cada vez mais pessoas criem consciência participativa, sentimento de pertencimento, lutem por melhorias neste ambiente.


Hoje, vivemos um caos entre gestão pública, sociedade civil organizada, empresas formais e informais. Os órgãos públicos existem para cuidar da sociedade através da gestão dos impostos pagos por pessoas jurídicas e pessoas físicas. Pagamos impostos em tudo que consumimos, no transporte, no saneamento, na água, no vestuário. Precisamos trazer todos para dentro de um mesmo patamar. Por isso, a necessidade de reavaliarmos as nossas estruturas e a carga tributária do nosso país. Quanto mais gente pagando uma carga justa, menor pode ser o custo dos tributos. Quanto mais gente puder ter a sua atividade formalizada, mais fácil o controle.  


Esta conquista, mais do que nunca, passa pela participação e consciência de pertencimento da sociedade civil organizada. Para transformarmos o nosso estado, precisamos de união, enfrentar os desafios com motivação e, principalmente, educação de qualidade para todos.


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Paulo Cavalcanti

Paulo Cavalcanti

Ativista da função social da empresa, vice-presidente da Associação Comercial da Bahia, empreendedor e advogado.

Instagram: @paulosergiocavalcanti

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