Moda

Cringe: quando uma geração nega a moda, também nega um comportamento

Colunista On: Kika MaiaConsultora de moda e imagem, empreendedora em moda plus size
Cringe: quando uma geração nega a moda, também nega um comportamento

O termo cringe foi muito falado nos últimos dias, mas... o que ele tem a ver com a moda? 


Fato que os conflitos geracionais se repetem. Eles sempre existiram. As gerações mais novas tentam se autoafirmar negando as anteriores, entretanto, repetem as mesmas atitudes de negação que sempre existiram. Para isso, muitas vezes, consomem peças de gerações passadas repaginadas como se fossem novidades. 


Podemos citar aqui Belchior… 


“… Minha dor é perceber

Que apesar de termos feito tudo, tudo

Tudo o que fizemos

Nós ainda somos os mesmos

E vivemos

Ainda somos os mesmos

E vivemos

Ainda somos os mesmos

E vivemos como os nossos pais…”


Não é novidade para ninguém a teoria de que a moda é cíclica. Eu prefiro acreditar que ela é um "espiral". Uma peça da moda que volta tem inspiração em outra de época passada. Ela sofre influência de fatos históricos similares, porém não tem os mesmos motivos para voltar a existir de forma idêntica. 


Ao analisar o que aconteceu recentemente, percebemos que quando uma geração nega uma peça usada por geração anterior, ela está negando mais que uma peça de roupa, ela está negando um comportamento.


A exemplo disso temos a 'geração z' negando o uso das calças skinny, muito usada pela 'geração y'. As calças skinny são peças que marcam o corpo da mulher, as sensualizam, o que é o oposto do que a juventude atual faz com suas peças largas inspiradas no hip hop.


O irônico é entender que em ambas as peças existem o grito pelo empoderamento da mulher. Na calça skinny existe a intenção de poder mostrar o corpo sem ser julgada. Na calça larga, wide leg, existe o poder de usar o que quiser e não ter sua identidade de gênero e sensualidade questionada. 


Mesmo não percebendo, as gerações mais novas trilham caminhos que as anteriores já desbravaram. O que existe é uma troca entre as gerações. Elas se retroalimentam e assim segue a sociedade que evolui. 


Para o mercado que quer captar e vender, cabe entender o que cada geração que tem como cliente quer consumir.


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Kika Maia

Kika Maia

Kika Maia é formada em Direito pela Ucsal, mas se apaixonou pela moda quando começou a empreender em moda plus size. Se formou Consultora de Moda e Imagem e deu segmento aos estudos sendo pós-graduanda em Design de Produto de Moda. Já deu aulas sobre Cultura da Moda, Materiais Texteis e Marketing de moda, além de palestras que abrangiam diversos temas como Gordofobia e Moda para Terceira Idade. 

Mulher que vive o universo feminino, é mãe de duas meninas. Admiradora de mulheres que lutaram e lutam pela potência feminina e equidade de gênero. Acompanha de perto questões relacionadas à autoestima das mulheres, incluindo as mulheres gordas, a diversidade, o feminismo e a revolução que isso vem causando em todo contexto social.

Instagram: @kikamaiaplus

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