Magnésio para tratar a dor
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A escolha do tema da coluna desta semana se deu após a observação de que o uso do magnésio no tratamento da dor é alvo de dúvidas por parte da população. Muitos pacientes chegam ao consultório e perguntam: “Doutora, o magnésio ajuda a prevenir e/ou a tratar a dor?”. Este questionamento tem uma razão para existir, uma vez que o magnésio tem sido utilizado como adjuvante em diferentes contextos de saúde. E a resposta a ele é sim.
O magnésio tem um papel fundamental em nosso organismo, auxiliando nas funções musculares e neuronais, na regulação da pressão arterial e no fortalecimento do sistema imunológico. Embora o magnésio não tenha um efeito antinociceptivo direto, estudos demonstram que o magnésio desempenha um papel importante na prevenção da sensibilização central e na atenuação da hipersensibilidade à dor estabelecida.
O seu principal modo de ação é o bloqueio de um receptor denominado receptor N-metil-D-aspartato ou NMDA, o qual encontra-se envolvido com a percepção, exacerbação e com a perpetuação da dor. Em função da sua ação no receptor NMDA, o magnésio tem sido investigado em várias condições clínicas associadas à dor, sejam estas agudas ou crônicas. A literatura aponta que a aplicação do magnésio, por via oral e por vias mais elaboradas como a intravenosa, intratecal ou epidural, pode reduzir a dor e as necessidades anestésicas e analgésicas em diferentes situações. Fala-se dos ganhos do magnésio utilizado diariamente em domicílio e até mesmo durante e após a realização de cirurgias.
Os benefícios da terapia com magnésio já foram demostrados em pacientes com fibromialgia, dismenorreia, lombalgia, dores de cabeça e ataques agudos de enxaqueca. Além disso, o tratamento com magnésio tem sido indicado nos pacientes com dor neuropática, seja ela decorrente do câncer, da neuralgia pós-herpética ou da neuropatia diabética, dentre outras.
O magnésio pode ser encontrado em diferentes alimentos que estão presentes na mesa de muitos brasileiros, tais como sementes de abobora, amêndoas, castanha de caju, espinafre, cacau puro, arroz integral, linhaça, grãos de soja, peito de frango, feijão cozido e banana. Entretanto, ter uma dieta balanceada e que atenda a necessidade diária de magnésio, nem sempre é uma realidade para todos. Muitos precisam recorrer ao uso de suplementos. A literatura recomenda que, em contextos de dor, haja uma suplementação adicional. A dose indicada é muito variável e depende do paciente e da patologia por ele apresentada.
É importante lembrar que o magnésio, apesar de representar um íon que está presente em nosso organismo e ter poucos efeitos colaterais, não deve ter o seu uso indiscriminado. Pacientes com insuficiência renal, desidratados, com diarreia persistente ou úlceras gástricas não devem ingerir esta substância. Embora seja considerado seguro, sempre deve ser utilizado com orientação médica.
O fato é que a suplementação com o magnésio desempenha um papel importante como adjuvante na prevenção e tratamento da dor, a qual é uma experiencia complexa e desagradável. O magnésio representa mais uma estratégia disponível diante de um sintoma tão desafiador, de elevado impacto econômico e social como a dor.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.