Salvador tem alta de acidentes em estações de metrô; veja cuidados

Seja para chegar ao trabalho, ir ao comércio, resolver burocracias ou se deslocar para locais de lazer, usar a rede metroviária é uma atividade que faz parte do dia a dia de milhares de pessoas que vivem em Salvador e na Região Metropolitana. Para garantir a segurança de todos e evitar acidentes em estações de metrô, é preciso tomar alguns cuidados essenciais.

De janeiro a maio de 2025, ocorreram 327 acidentes nas estações de metrô de Salvador, de acordo com a CCR Metrô Bahia, concessionária responsável pela operação e manutenção do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas. São casos registrados em escadas fixas e rolantes, plataformas, portas dos trens, mezanino, além de outros espaços. Em 2024, no mesmo período, a empresa registrou 270 ocorrências. 

Os 57 registros a mais nos primeiros cinco meses deste ano representam um aumento de 21,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A gravidade dos acidentes pode variar, mas, no último domingo (29), o caso de um homem prensado entre o metrô e a plataforma, na estação Campinas de Pirajá, chocou os baianos e teve repercussão nacional.

Um homem de 34 anos identificado como José Cosme de Jesus Gonçalves, funcionário da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), tentou atravessar a via da estação Campinas de Pirajá irregularmente, com o objetivo de acessar a estação de embarque oposta. Ele acabou prensado entre o metrô e a plataforma e foi encaminhado em estado grave ao Hospital do Subúrbio.

A CCR Metrô Bahia afirmou que o acidente ocorreu por acesso irregular aos trilhos e reforçou orientações de segurança, como aguardar o trem ao fundo da plataforma, respeitar o limite da faixa amarela, não atravessar a via e evitar distrações.

“Um ponto vital para a segurança do cliente é não acessar a via, a linha local operacional de circulação dos trens. Solicitamos também que os clientes aguardem atrás da faixa amarela. Ela é um dispositivo de segurança entre o trem e a plataforma”, enfatiza o gerente executivo de atendimento da CCR Metrô Bahia, Pedro Mello.

Trabalhadora conta sobre queda em estação de metrô

De acordo com a CCR Metrô Bahia, todos os dias, cerca de 400 mil pessoas utilizam o serviço para viabilizar suas atividades diárias. Uma delas é a pedagoga Hyanny de Jesus Cruz, de 32 anos, que se acidentou na estação Retiro em dezembro do ano passado.

“Eram por volta das 5h40 da manhã. Eu estava me preparando para ir trabalhar. Estava na estação Retiro, sentido Águas Claras. Ao entrar no metrô, não percebi o grande espaço que estava entre o vão e o metrô, então acabei enfiando minha perna nesse espaço. Na hora, foi um desespero muito grande”, relata Hyanny, que foi ajudada por passageiros, que também ficaram assustados. 

A pedagoga conta que a estação estava bastante cheia e teve pressa para entrar no vagão. “Na hora da pressa a gente não consegue controlar os passos, além de seguir o fluxo, então isso influenciou muito”, explica.

Segundo Hyanny Cruz, no momento da queda, não havia agentes de atendimento e segurança por perto, de modo que todo o socorro foi feito por usuários do serviço. Ela acredita que caso algum agente da concessionária estivesse por perto, poderia ter ajudado tanto na prevenção do acidente quanto no socorro imediato.

“Graças a Deus, não foi algo muito grave. Porque, pelo acidente, eu poderia ter fraturado a perna, mas, não foi o caso. Fiquei somente com um hematoma muito grande, que levou meses para melhorar. Além do trauma, do medo de que aconteça de novo”, complementou. Hyanny afirma que após este dia, passou a optar por outros meios de transporte sempre que possível. 

Para a pedagoga, a sinalização já existente nas estações ainda não é suficiente. Além de mais avisos sobre prestar atenção ao entrar no metrô, ela sugere que haja “mais barreiras, visuais ou placas físicas, para que consigam melhorar ou diminuir o espaço que fica entre o metrô [e a plataforma]”. A pedagoga também sugere a implementação de mais campanhas educativas, para que as pessoas tomem mais cuidado. 

As estações do metrô de Salvador não possuem portas de embarque, sistema de proteção presente em algumas estações de outras cidades, como São Paulo. A CCR Metrô Bahia informou que os ativos são do governo estadual e que todas as normas técnicas internacionais aplicáveis foram seguidas no projeto original.

Em nota ao Aratu On, a concessionária afirma que promove atitudes responsáveis e cidadãs no metrô de forma constante, por meio da comunicação visual, avisos sonoros e medidas educativas, que “buscam sensibilizar os passageiros sobre a importância de adotar boas práticas para viagens mais seguras para todos”. 

Como exemplo de ação educativa, a CCR Metrô Bahia cita a veiculação de material orientativo nas mídias proprietárias da empresa e a campanha da Trupe da Segurança, que promoveu esquetes teatrais para conscientizar os passageiros sobre a importância da prevenção de acidentes. “Temos um calendário dinâmico de ações e campanhas educativas sobre as medidas de segurança”, reforça a concessionária em nota.

Cuidados para evitar acidentes em estações de metrô

Ao Aratu On, a CCR Metrô Bahia indicou os principais cuidados para fazer uso de seus serviços de forma segura e em colaboração com outros passageiros. Entre as recomendações está o ordenamento nos momentos do embarque e do uso de escadas, além de evitar distrações.

Cuidados individuais

• Aguarde a chegada do trem e a abertura de suas portas antes da faixa amarela de segurança, demarcada no piso;
• Procure ficar nos locais mais livres e evite aglomerações;
• Não acessar a via;
• Preste atenção no o vão entre o trem e a plataforma;
• Evitar distrações durante a espera pela chegada do trem;
• Ao ouvir um toque de campainha, não entre ou saia do trem.

Cuidados entre os passageiros

• Nas escadas rolantes, permaneça do lado direito, segurando nos corrimãos. Deixe a esquerda livre para quem tem mais pressa;
• Não corra nas escadas fixas e utilize o corrimão, principalmente em dias de chuva. Procure usá-las pelo seu lado direito para evitar colisões e quedas;
• Para embarcar, mantenha-se em fila e aguarde o desembarque dos passageiros. Apenas depois, entre no trem;
• No primeiro vagão do trem, a segunda e a quarta portas são preferencialmente destinadas ao embarque de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

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