Jovem assediada dentro de ônibus em Salvador dá detalhes sobre crime: 'Chorei muito quando desci'
Aratu On conversou com a vítima, que detalhou o assédio sofrido e falou sobre o medo de continuar a usar o transporte público e sofrer represálias por denunciar a agressão
Na manhã desta quinta-feira (3/8), uma mulher identificada como Ana Carina Bastos, de 25 anos, prestou queixa na Polícia Civil após ser vítima de assédio sexual dentro de um ônibus, da linha Cabula VI, em Salvador. Segundo o relato da vítima, durante o percurso, um homem mostrou a ela vídeos em que aparecia se masturbando e tentou filmar seu corpo sem autorização. Ana Carina precisa pegar esse ônibus todos os dias para chegar ao trabalho.
Aratu On conversou com ela, que detalhou o assédio sofrido e falou sobre o medo de continuar a usar o transporte público e sofrer represálias por denunciar a agressão. Em um vídeo feito pela própria vítima, é possível ver o momento em que o homem assiste à cena de masturbação. "Ele queria me mostrar, toda hora levantava a tela, me olhava e apontava com os olhos para o vídeo", detalha Ana. O fundo do veículo, local onde o crime teria ocorrido, estava vazio. As imagens não serão veiculadas pelo portal.
Ana conta que, em desespero, tentou reiniciar seu celular, que havia desligado, para que pudesse registrar o crime e tirar uma foto do assediador. Quanto mais o tempo passava, segundo ela, mais o homem exibia o celular e mantinha contato visual. "Consegui filmar um pouco antes de descer, ainda tirei uma foto dele. Depois, saí correndo do ônibus", relembra.
Segundo a vítima, o agressor não tentou impedir que ela tirasse fotos e não se intimidou com o registro. "Meu coração batia muito forte, eu tremia, chorei muito quando desci do ônibus". No trabalho, Ana foi atendida pela médica da empresa, que a orientou a manter atendimento psicológico, além de prestar a queixa na delegacia.
O MEDO CONTINUA
Após o ocorrido, Ana foi temporariamente afastada do emprego e não foi ao trabalho nesta sexta-feira (4/8). Porém, o retorno já está com data marcada. A vítima contou que continua com medo, mas, como sustenta a mãe, não pode ficar desempregada.
"Eu divulguei as imagens. Ele pode tentar algo contra mim? Não sabemos. Já pensei em partir para cima dele primeiro, mas o medo fala mais alto", relata. Agora, após registrar um Boletim de Ocorrência, Ana espera que o suspeito seja encontrado: "Eu estou aqui para botar minha cara para bater. Não vou me calar contra esse assédio".
Para denunciar casos de assédio sexual em Salvador, é preciso entrar em contato com o "Fala Salvador" no número 156. Caso prefira realizar a denúncia presencialmente, a vítima pode comparecer à Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), no Edifício Cidade de Salvador, no bairro do Comércio.
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