Estudo aponta aumento da seca e alto risco climático na Bahia até 2030
Estudo aponta Salvador, Juazeiro e Barreiras entre os municípios mais vulneráveis do estado
Por Da Redação.
A Bahia está entre os estados brasileiros com maior exposição a riscos climáticos até 2030, segundo o relatório “Análise de Riscos Climáticos Futuros”, elaborado pela iniciativa AdaptaBrasil MCTI. O estudo alerta para os impactos da mudança do clima sobre diversos setores da sociedade, destacando o potencial agravamento da seca, perda de produtividade agrícola e ameaças à saúde e infraestrutura.
A região Nordeste, que já convive com eventos extremos como estiagens prolongadas, será uma das mais afetadas. A Bahia se destaca negativamente com a projeção de aumento da temperatura média e redução do volume de chuvas em diversas áreas, o que poderá comprometer o abastecimento de água e a segurança alimentar.
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Municípios como Juazeiro, Barreiras, Feira de Santana e Salvador aparecem entre os mais vulneráveis do estado. A capital baiana, por exemplo, enfrenta riscos associados ao aumento do nível do mar, alagamentos e deslizamentos de terra, especialmente em áreas com ocupação irregular. Já cidades do semiárido, como Juazeiro e Barreiras, estão em alerta para o agravamento da seca e a intensificação de eventos extremos de calor.
O relatório também destaca a vulnerabilidade da agricultura baiana, especialmente nas regiões do oeste e sudoeste do estado. A soja, o milho e o algodão, principais culturas da região, podem sofrer com perdas de produtividade em função da escassez hídrica e das altas temperaturas. Isso afeta não apenas a economia regional, mas também o abastecimento interno e a geração de empregos.
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De acordo com o documento, as populações de baixa renda e residentes em áreas de risco serão as mais atingidas. “Esses grupos possuem menor capacidade de adaptação e recuperação frente aos impactos climáticos, o que aumenta ainda mais sua vulnerabilidade”, destaca o estudo.
O relatório chama atenção para outros estados que, assim como a Bahia, possuem forte presença da atividade mineradora — como Minas Gerais, Pará, Goiás e Mato Grosso — que também estão entre os mais vulneráveis às mudanças climáticas. A intensificação de eventos extremos, como secas prolongadas e chuvas intensas, representa riscos significativos para barragens, mananciais e cadeias produtivas ligadas à mineração, exigindo medidas de adaptação urgentes.
O AdaptaBrasil MCTI recomenda ações urgentes de adaptação, como o fortalecimento da gestão hídrica, investimento em infraestrutura resiliente, ampliação do monitoramento climático e desenvolvimento de políticas públicas voltadas à proteção social e ambiental.
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Além disso, o relatório sugere que estados e municípios criem planos locais de adaptação com base em dados científicos, envolvendo a sociedade civil e o setor produtivo. O estudo alerta, ainda, que a Bahia, com sua diversidade climática e socioeconômica, precisará de estratégias específicas para mitigar os riscos e proteger as populações mais vulneráveis.
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