Empresário afirma que Barra pode virar Leblon se “tirar a malocada”
Empresário sugere expulsão de “malocada” e fechamento de distribuidoras para que Barra vire Leblon
Por Lucas Pereira.
Um corte de podcast ganhou repercussão nas redes sociais nesta quinta-feira (3), no qual um empresário afirma que a Barra, em Salvador, poderia ser como o Leblon, no Rio de Janeiro, com algumas ações. Dentre as opções apontadas por Roberto Valverde está “tirar a malocada” da região e fechar distribuidoras de bebidas.
“A Barra podia ser um Leblon, não essa esculhambação que é ali. Ela pertence a milícias que são donas de distribuidora de bebidas. Tá faltando coragem para chegar lá e botar uma regra de que só pode ter uma distribuidora de bebida para o bairro inteiro, porque aquilo atrai tráfico de droga, prostituição e o farofeiro que pega o isopor com a caixa de som e vai na praia”, disse Valverde, que tem quase 30 mil seguidores no Instagram.
Além de sugerir que haja regulamentações no comércio da região, ele aponta outras medidas como a proibição de poluição sonora, arborização de ruas e a retirada de cadeiras nas calçadas da Barra.
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Valverde ainda sinaliza que a última revitalização que teve no espaço foi ineficaz, pois a região se perdeu “para a criminalidade. “Agora precisa que associação de moradores apresente um plano, traga a prefeitura para a mesa, faça audiência pública e provoque.
[...] É assim, poder público com iniciativa privada e a associação precisam se juntar, se mobilizar, para fazer um plano inteligente.”
Associação de moradores da Barra
Em nota enviada à Aratu, a Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra) disse que “a Barra não precisa ser um Leblon”. Eles ainda informaram que “não conhecem” Valverde e que ele cita a Amabarra “sem fundamentos”.
No texto, a associação afirma que apesar do bairro realmente necessitar de ordenamento, manutenção e fiscalização, e que “os gestores públicos, que aparentam não entender essa importância, desprezam o bairro” e que “estão matando o bairro”, com o crescimento de empreendimentos imobiliários na região.
Confira a nota completa:
“A Barra não precisa ser um Leblon!
A Barra precisa de ordenamento, zeladoria, manutenção, segurança, educação, fiscalização e de moradores e comerciantes que a amem. De Leblon, já temos um dos metros quadrado mais caro de Salvador e um IPTU, proporcional ao do bairro carioca.
Aqui temos coisa que não há no Leblon, e nem em lugar nenhum: nossos fortes, nossas praias, nosso Parque Marinho e o mais importante, onde começou a nossa história.
Os gestores públicos, que aparentam não entender essa importância, desprezam o bairro, assim como fazem na maior parte da cidade. Estão aos poucos, matando o bairro, ignorando o seu potencial. Com tantos novos prédios, a Barra vai ficar igual a uma Copacabana, ou parecida com qualquer um dos bairros de qualquer cidade litorânea.
Não só os gestores públicos possuem responsabilidade, ou irresponsabilidade nisso, os moradores, também. Poucos se importam com a história, com a beleza natural e com os outros moradores. A coletividade deu lugar ao individualismo, é cada um por si.
A grande maioria das pessoas, passaram a aceitar e a normalizar a desordem, a baderna, a violência, a poluição sonora, a ambiental e a visual, o desmatamento das nossas áreas verdes, a precariedade das calçadas, os obstáculos da mobilidade, enfim... não recolhem, da calçada, nem o cocô de seus pets.
Não podemos desistir! Nós da Amabarra - SOS Barra vamos continuar lutando pelas causas da coletividade do bairro, assim como vamos continuar a propor a transformação do bairro em um distrito cultural, para que tenhamos, pelo menos uma subprefeitura no bairro, que cuide do básico: o atendimento das demandas dos moradores e comerciantes do bairro".
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