Bahia é o estado que mais perdeu moradores em 12 anos, diz Censo 2022
De acordo com dados do Censo 2022, a Bahia perdeu moradores a mais do que recebeu; o número de estrangeiros aumentou
Por Lucas Pereira.
A Bahia é o estado que mais perdeu moradores em 12 anos por consequência de migração, segundo dados do Censo de 2022, divulgados nesta sexta-feira (27), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado registrou 2,4 milhões de pessoas a menos, entre 2010 e 2022.
O dado é registrado pela soma diferença entre o número de pessoas vindas de outros estados para a Bahia (961.896) e a quantidade de gente que se mudou para outros estados (3.381.107 pessoas). Minas Gerais e Pernambuco foram os outros dois locais onde mais se perdeu habitantes por migração.
Vale destacar que além do aumento na diferença, tanto o número de quem chegou, quanto o de quem saiu, aumentou ao longo dos anos. Confira o gráfico:
Para onde foram os moradores da Bahia?
E para onde foram esses quase 3,4 milhões de pessoas que deixaram o território baiano? De acordo com o levantamento demográfico do Censo, São Paulo é o estado que mais possuí baianos em todo o Brasil, cerca de 1,840 milhão ou 54,4% de todos os emigrantes baianos. Desde 1991 que o estado sudestino é o local que mais tem baianos residentes.
Depois de SP, aparecem Goiás (243.364), Minas Gerais (221.005) e Rio de Janeiro (177.789).
Se atentarmos para a migração recente, São Paulo seguiu sendo o estado de destino preferido de baianos, tendo recebido 112.795 pessoas. Em seguida vinham Minas Gerais (com 34.064 migrantes da Bahia nos cinco anos antes do Censo), Goiás (26.253 pessoas), Espírito Santo (22.202) e Santa Catarina (20.285 pessoas), onde o número de pessoas vindas da Bahia quase triplicou entre 2010 e 2022.
Cerca de 7 em cada 10 pessoas que deixaram a Bahia entre 2017 e 2022 foram para esses cinco estados: 65,9% dos emigrantes recentes ou 215.599 pessoas.
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Estrangeiros na Bahia
O número de estrangeiros morando em território baiano aumentou 26%, porém foi o menor crescimento percentual entre os estados, chegando a 16,7 mil moradores. A capital Salvador é a cidade com mais “gringos”, cerca de 5,4 mil, cerca de 3 em cada 10. Em seguida aparecem Porto Seguro (1.244), Feira de Santana (778), Ilhéus (708) e Lauro de Freitas (657).
Os municípios baianos com as maiores participações de pessoas estrangeiras em suas populações eram Formosa do Rio Preto, com 2,1% dos seus moradores estrangeiros (540 em números absolutos); Cairu, com 1,5% de estrangeiros na população (275); Palmeiras, com 1,3% (138); Lençóis, com 0,8% (83); e Porto Seguro, com 0,7% (1.244).
Na contramão, 248 dos 417 municípios não registraram nenhum estrangeiro entre seus moradores. Além disso, houve uma queda na migração recente: de julho de 2017 a julho de 2022, 7.839 pessoas deixaram um país estrangeiro para morar na Bahia.
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Neste período de cinco anos, a Bahia recebeu, majoritariamente, estrangeiros da Argentina (788), Venezuela (787) e Bolívia (572).
A maior parte das pessoas vindas da Argentina e da Venezuela para a Bahia ficaram em Salvador (193 e 316 respectivamente). No caso da Argentina, Cairu (81) e Porto Seguro (65) foram os dois outros principais destinos. No caso da Venezuela, Porto Seguro (204) e Capim Grosso (71) vieram depois da capital. Já entre as pessoas vindas da Bolívia, houve uma divisão praticamente igualitária entre as que ficaram em Irecê (61 pessoas) e Salvador (60), seguidas por Euclides da Cunha (40).
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