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Demitido e sem rescisão, ex-funcionário da CSN cata latinhas para sobreviver e tem ajuda de colegas

De acordo com uma apuração da TV Aratu, que acompanhou a manifestação de terça-feira, cerca de 3 mil ex-funcionários estão com as rescisões pendentes

Por Da Redação

Demitido e sem rescisão, ex-funcionário da CSN cata latinhas para sobreviver e tem ajuda de colegas   Créditos da foto: divulgação


No fundo de casa, o rodoviário Juarez Bispo, conhecido como Jura, amassa as latinhas de alumínio para vender. Durante seis anos, ele trabalhou como cobrador da Concessionária Salvador Norte (CSN), mas, com o fim da operação da empresa, há cerca de um ano e meio, ele tem feito o que pode para sobreviver.


"Faço reciclagem, trabalho como ajudante pedreiro e faço bico como eletricista também", contou para a equipe de reportagem da Cidade Aratu.


No dia em que visitamos a casa dele no bairro Villa Ruy Barbosa, em Salvador, Jura havia acabado de receber uma cesta básica e uma placa de ovos de colegas rodoviários que estão na mesma situação que ele: aguardando o pagamento dos direitos trabalhistas e em busca de um emprego. "Ele deveria ser prioridade", comentou o rodoviário Jutahy Andrade, citando a deficiência na mão direita do colega.


Após o fim da operação da CSN, uma parte dos rodoviários foi admitida pelos dois consórcios em operação na cidade, a OT TRANS e Plataforma. Mas, outros profissionais não foram contratados nem receberam pagamentos que tinham direito.


Na última quarta-feira (13/7), ex-funcionários da CSN fizeram um protesto na Lapa, deixando o trânsito congestionado no local. Um novo protesto aconteceu na última terça-feira (19/7).


De acordo com uma apuração da TV Aratu, que acompanhou a manifestação de terça-feira, cerca de 3 mil ex-funcionários estão com as rescisões pendentes.


Em nota, a Prefeitura de Salvador afirmou que "tem buscado intermediar as negociações para a venda dos terrenos da antiga CSN junto a empresas do ramo imobiliário, entretanto, não há interferência do poder municipal nos prazos para pagamento dos valores à empresa ou aos seus funcionários".


A Prefeitura também ressaltou que, em função de trâmites burocráticos, a resolução dos processos trabalhistas envolvendo a CSN podem levar até 90 dias, e que os ex-funcionários, em reunião com o prefeito Bruno Reis (UB), haviam se comprometido a "aguardar sem a realização de novas manifestações".


CONFIRA A NOTA DA PREFEITURA NA ÍNTEGRA:


A Prefeitura de Salvador tem buscado intermediar as negociações para a venda dos terrenos da antiga CSN junto a empresas do ramo imobiliário, entretanto, não há interferência do poder municipal nos prazos para pagamento dos valores à empresa ou aos seus funcionários.


Durante encontro entre o prefeito Bruno Reis e os ex-funcionários, ocorrido em maio deste ano, o gestor esclareceu que, em função de trâmites burocráticos, todo o processo poderia levar até 90 dias, tendo estes se comprometido a aguardar sem a realização de novas manifestações. Entretanto, desde a última semana, os rodoviários voltaram a realizar manifestações, que, como os mesmos já confirmaram, não conta com o apoio do Sindicato da categoria.


A Prefeitura reitera seu compromisso em auxiliar no que for possível a conclusão deste imbróglio, porém ressalta que estas manifestações não agilizam, de forma alguma, o processo legal da venda dos terrenos ou o pagamento das verbas rescisórias, e apenas atrapalham o trânsito da cidade e a mobilidade dos cidadãos.


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