Tristeza do "ADM": criador do "Comédia Baiana" perde página com 705 mil seguidores e patrocínios; "angústia"
O perfil de humor Comédia Baiana foi desativado pela rede social sem justificativa. O criador do perfil, Felipe Rios, fez uma nova conta e dos 700 mil seguidores, hoje só reuniu 50 mil
Depois de ter se dedicado nos últimos cinco anos ao perfil de humor "Comédia Baiana", o sentimento de tristeza e angústia tomou conta da vida do influenciador de Salvador Felipe Rios. Coincidindo com o caso de outros humoristas baianos, como Cristian Bell, Franklin Reis, Alesson Lima e Dum Ice, a página foi desativada pelo Instagram sem aviso.
Ao Aratu On, Rios, apelidado carinhosamente de "ADM", contou que foi surpreendido no último dia 3 de setembro com a notificação de que sua página havia sido desativada por "violar as diretrizes da plataforma". Entretanto, o jovem alega que não se recorda de ter postado nenhum tipo de conteúdo desrespeitoso ou violento.
"Eu fui tentar postar um story e não conseguia. De repente, o perfil foi deslogado e eu não consegui mais entrar. Só depois que eu entrei em contato com a rede social é que eles informaram que a página foi desativada por desrespeitar as diretrizes. Que diretrizes seriam essas? Eu não sei até hoje. Não me recordo de ter feito isso", detalhou Felipe.
O Comédia Baiana surgiu ainda em 2011, no Facebook. Anos depois, foi criado um novo perfil para o Instagram. De 2019 a 2021, a página, que é voltada para o público baiano, conquistou a população e atingiu a marca de 700 mil seguidores. O Facebook, que pertence à mesma empresa do Instagram, não puniu o influencer. "O Comédia já era considerada a maior página de memes e humor da Bahia. Diversos famosos acompanhavam", lembrou.
Os advogados do influenciador foram acionados e a documentação exigida pela rede social foram devidamente encaminhadas. Ainda assim, o futuro da pagina ainda é incerto. Por conta disso, os planos e projeto de Felipe acabaram indo por água abaixo.
"Eu tinha feito uma seleção com outros influenciadores da região e estava tudo preparado para lançar um canal no YouTube. Com a desativação do meu perfil, tive que desistir porque preciso de dinheiro para investir nisso e eu perdi muito. O Comédia Baiana já tinha patrocinadores e, com essa situação, eles se foram", lamentou o jovem.
Ainda em entrevista ao Aratu On, Felipe contou que trabalhava cerca de oito horas, sozinho, para conseguir gerar os conteúdos de humor. "Tinha que estar sempre ligado no que estava acontecendo. Me atualizando o tempo todo. Isso é muito triste. Me sinto triste e angustiado. Eu investi muito tempo da minha vida. Trabalhei muito para chegar até onde cheguei e rede social sequer entra em detalhes sobre a verdadeira razão da desativação", declarou.
Uma conta reserva, denominada @comediabaiana2, ainda engatinha no mundo virtual com seus 50 mil seguidores. Ao ser questionado se as gírias baianas, como chamar um individuo de ladrão mesmo ele não sendo, chamar de desgraça sem a menor intenção de ofender, poderiam ter relação com os banimentos, Felipe não descartou.
"São robôs que fazem essas verificações. E, realmente, aqui no estado a gente usa termos que em outras regiões causam um pouco de estranheza. Um amigo meu, por exemplo, foi publicar uma foto na Praia do Alvejado, no bairro de Plataforma, e o Instagram entendeu que tinha relação com tiros, violência e impediu a postagem", enfatizou.
A expectativa do jovem é que os influenciadores baianos ainda sejam valorizados pela plataforma e pelas empresas do estado. "A Bahia ainda não é aberta para isso. Algumas marcas ainda não entenderam a força do criador de conteúdo. Eu digo isso porque muitas empresas de fora buscam contratar influenciadores daqui enquanto as empresas da nossa própria região se que nos valorizam. Espero que esse cenário ainda possa melhorar", concluiu.
*Sob supervisão do editor, Jean Mendes
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