Esposa de MC Poze critica prisão e compara com Cariani: 'Desumano'
MC Poze foi preso nesta quinta-feira por apologia ao crime e tráfico de drogas no Rio de Janeiro
Por Da Redação.
A empresária Viviane Noronha, 20, esposa do MC Poze do Rodo, 26, compartilhou uma série de publicações nas redes sociais criticando a prisão do cantor e comparando o tratamento dado a ele ao de outras figuras públicas envolvidas em acusações semelhantes. Poze foi preso nesta quinta-feira (29), dentro de casa, após ser alvo de uma investigação que aponta ligação com o Comando Vermelho (CV), uma das principais facções criminosas do país.
Conhecida como Vivi, nas redes, ela usou como exemplo o caso do fisiculturista Renato Cariani, que virou réu em 2024 por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. A comparação veio acompanhada da legenda: "Dois pesos, duas medidas".
Poze foi detido em casa, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Com a imprensa já posicionada na porta de sua residência, ele foi levado algemado, sem camisa e descalço. Já Cariani, na época, apresentou-se às autoridades de paletó e óculos escuros.
"Expõem e humilham corpos negros, mesmo em contextos onde não há resistência ou perigo iminente", escreveu Vivi. Em seguida, ela fez um desabafo sobre a prisão do marido. "Foi humilhante, foi desumano e foi cruel", afirmou.
A influenciadora relatou detalhes do momento da abordagem, que, segundo ela, foi violenta. "Não existiu humildade, não existiu compaixão a nós, nossos filhos! Vocês são isso, tiram a esperança do preto favelado. Nem o mínimo vocês tiveram, que foi educação! Eu estava dormindo à vontade, dentro do meu quarto, na minha casa, com a minha filha Júlia do lado e nem a roupa eu pude trocar", disse.
Viviane também afirmou que os policiais se recusaram a deixá-la pegar uma das filhas no colo. Ela e Poze têm três filhos: Júlia, Miguel e Laura. "É disso que vocês gostam! Oprimir. O mínimo vocês não podiam fazer, né? Marlon colocar um chinelo e uma blusa, mas envergonhar e humilhar conta mais", concluiu.
Prisão de MC Poze do Rodo
Segundo a Polícia Civil, MC Poze é investigado por apologia ao crime e por envolvimento direto com uma facção criminosa. As investigações indicam que o artista fazia apresentações em comunidades controladas pelo Comando Vermelho, com apoio ostensivo de traficantes fortemente armados — inclusive com fuzis — que garantiam a segurança dos eventos.
Ainda conforme os agentes, os shows serviriam como estratégia da facção para aumentar os lucros com a venda de drogas e reforçar o domínio territorial nas áreas onde Poze se apresentava.
Após a prisão, a assessoria do cantor divulgou uma nota nas redes sociais: "MC não é bandido". No comunicado, a equipe argumenta que a acusação de associação ao tráfico é infundada. "Poze é um artista que venceu na vida através de sua música", diz o texto.
Entenda o caso de Renato Cariani
O químico e fisiculturista Renato Cariani, 47, virou réu após a empresa Anidrol Produtos para Laboratórios, da qual é sócio junto com Roseli Dorth, ser acusada de fornecer insumos químicos ao tráfico de drogas e dissimular essas vendas por meio de notas fiscais fraudulentas.
A denúncia aponta que o esquema operou entre 2014 e 2020, com a emissão de notas frias que simulavam vendas de produtos químicos para farmacêuticas, entre elas a AstraZeneca.
A defesa de Cariani, no entanto, nega todas as acusações: "Não faz qualquer sentido lógico considerar que dois estabelecidos executivos do setor químico, após dedicarem uma vida inteira de trabalho à empresa, aventurar-se-iam no submundo do tráfico de drogas".
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