À CPI das Bets, Virginia nega 'cláusula da desgraça alheia': 'Pode ganhar e perder'
A influenciadora Virginia Fonseca afirmou que não se arrepende das publicidades
Por Da Redação.
A influenciadora Virginia Fonseca, de 26 anos, afirmou, nesta terça-feira (13), durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas no Senado, que não se arrepende de ter feito campanhas publicitárias para casas de apostas e declarou que não tem como ajudar seguidores que pedem socorro em razão de vício no jogo.
“Acho que eles pedem socorro para a senhora porque a senhora tem poder de fazer alguma coisa. Eu não tenho poder de fazer nada. Eu não tenho… Então, aí, tá complicado”, disse Virginia, ao responder a uma pergunta da relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).
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Questionada se estava arrependida por ter promovido apostas online, a influenciadora negou.
“Olha, senadora, eu não me arrependo de absolutamente nada do que já fiz na minha vida. Acredito que tudo serviu de ensinamento. Então, eu fiz e, hoje, estou aqui depondo para colaborar com vocês e espero que ajude”, afirmou.
Virginia chegou ao Senado por volta das 10h45, acompanhada do marido, o cantor e também influenciador Zé Felipe. A sessão foi aberta às 11h24, quando ela prestou compromisso de dizer a verdade sobre os fatos presenciados. Convocada como testemunha, foi questionada sobre contratos e publicidades ligadas a jogos de azar online.
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Virginia Fonseca: 'Caixa da desgraça alheia'
Ao longo do depoimento, Virginia negou ter recebido comissão sobre perdas de apostadores — a chamada “cláusula da desgraça alheia”.
“Na época, saiu na internet, eu não pude responder por questão de confidencialidade e apanhei calada. Eu fechei o meu contrato com a Esportes da Sorte e esse valor que eles me pagaram, se eu dobrasse o lucro deles, eu receberia 30% a mais da empresa. Em momento algum, sobre perda dos seguidores. Meu contrato não tem nada de anormal”, declarou.
Segundo ela, o bônus de desempenho nunca foi pago. “Esse valor nunca foi atingido, nunca recebi um real a mais do que meu contrato de publicidade que fiz por 18 meses. Era um valor fixo”.
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Virginia afirmou ainda que os contratos com empresas de apostas seguiram normas do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) e que sempre alertou seus seguidores sobre os riscos do jogo. “Quando eu posto, sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder. Que menores de 18 anos são proibidos na plataforma. Se possui qualquer tipo de vício, o recomendado é não entrar. E para jogar com responsabilidade”.
Ela também declarou que nunca incentivou apostas como forma de enriquecimento. “Eu sempre deixo claro. Tudo isso que me passaram, eu falo. Normalmente, eu faço três stories. Em dois, eu falo, e no outro é mostrando como joga e tudo mais [...] O que for para melhorar, é só passar para mim que eu faço como tiver que ser feito.”
Sobre os valores recebidos, Virginia preferiu não detalhar, exercendo o direito ao silêncio, mas afirmou que todos os rendimentos foram devidamente declarados à Receita Federal. Ela também se comprometeu a entregar à CPI cópias dos contratos com a Esportes da Sorte e a Blaze, com a ressalva de que os documentos estão protegidos por cláusulas de confidencialidade.
Regulamentação
A influenciadora defendeu a regulamentação do setor.
“Se realmente faz tão mal para a população, proíbe tudo. Por que está regulamentando? Agora, eu nunca aceitei fazer publicidade para casas de apostas não regulamentadas. E eu recebo muita oportunidade, muitas propostas para fazer [...] Se for decidido por vocês que tem que acabar, eu concordo.”
Ao ser questionada se continuará promovendo empresas do setor, afirmou: “Vou chegar em casa e pensar, pode ter certeza.”
Virginia também comentou sua trajetória empresarial e afirmou que não ficou milionária com apostas. Segundo ela, sua marca de cosméticos, a Wepink, faturou R$ 750 milhões em 2024.
A senadora Soraya Thronicke, que pediu a convocação, justificou que o depoimento da influenciadora era necessário devido à sua popularidade e influência digital. “O tal do ‘caixa da desgraça alheia’ é algo que não podemos sustentar. Ninguém ganha das bets, elas existem para ganhar em cima do apostador”, declarou.
Durante a sessão, a relatora afirmou que o ambiente seria respeitoso e ofereceu transformar a audiência em sessão reservada caso Virginia não se sentisse confortável. “Se a senhora não se sentir bem, a gente pode mudar a forma. Mas fique tranquila, que a senhora será tratada com urbanidade e respeito”;
Na fala inicial, Virginia expressou gratidão pela oportunidade de se explicar. “Eu sou influencer, virei mãe, levei meus pais para morarem comigo. Me tornei empresária nesse tempo e apresentadora. E hoje sou tudo isso, e eu espero poder esclarecer todas as dúvidas aqui hoje. E quero agradecer a oportunidade de fazer isso, porque tem muitas coisas que a gente não pode falar na internet, né, que a gente não tem a liberdade de falar. Acredito que vou poder falar aqui hoje, estou muito grata. Que Deus abençoe nossa audiência, 'bora' para cima”.
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