Primas de Gal Costa dizem que Wilma Petrillo coagiu cantora para anular testamento
As familiares solicitaram que um testamento de 1977, no qual Gal falava em criação de fundação, volte a ter validade jurídica
Após o filho de Gal Costa pedir exumação do corpo da mãe para necropsia, uma nova polêmica em relação à morte da cantora, em 2022, veio à tona. Duas primas da baiana acionaram a Justiça de São Paulo solicitando que um testamento feito pela cantora - em 1977 - volte a ter validade jurídica.
Conforme publicação do G1 São Paulo, do último sábado (30/3), as primas Verônica e Priscila Silva alegaram que Gal foi coagida por Wilma Petrillo, empresária e viúva da artista, a revogar o documento em 2019. De acordo com as duas, o testamento previa que o patrimônio da cantora fosse usado para criar a Fundação Gal Costa de Incentivo à Música e Cultura, espaço que seria gerido por elas e outras três primas. Wilma, inclusive, assina o documento como testemunha.
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Conforme o processo, ao qual o G1 teve acesso, "A Fundação teria como objeto a formação de músicos e outros artistas ligados à área, promovendo festivais, concursos, concedendo bolsas de estudos de músicas para pessoas carentes dentre diversas outras finalidades de cunho exclusivamente filantrópico, sendo estabelecido ainda que a referida Fundação”, que não teria fins lucrativos.
De acordo com Verônica e Priscila, Gal entregou todo o seu acervo a elas em 2000, o que inclui figurinos, pelas utilizadas em espetáculos da Tropicália, entre outros itens, com o objetivo de constituir o patrimônio da fundação. Elas pontuaram que só souberam que Gal havia cancelado o testamento após a morte da artista, em novembro de 2022, quando começaram a se movimentar para viabilizar a fundação.
Consta no processo que as primas tentaram entender "a motivação para a efetiva revogação do testamento, sem qualquer aviso prévio ou posterior". Elas também teriam algumas suspeitas de que teria ocorrido possível manipulação de Wilma. Verônica e Priscila afirmaram, ainda que a postura da empresária "sempre foi de manipulação", "seja em relação a sua carreira, seu patrimônio, sua família, funcionários e amigos e além de todos que com ela se relacionavam".
Com Wilma tendo "amplos poderes" na carreira e patrimônio de Gal, a cantora teria se endividado e empobrecido. "Acrescente-se a isso que durante a relação pessoal e empresarial que Wilma Teodoro Petrillo manteve com Gal Costa, esta vivia visivelmente infeliz e adoecida, conforme dezenas de testemunhos", continua o documento.
De acordo com as familiares, a baiana também nunca "buscou reconhecimento da união estável" com Wilma.
O FILHO E O PEDIDO DE EXUMAÇÃO
Além do pedido de exumação do corpo de Gal, o filho dela, Gabriel Costa, de 18 anos, também pede que os restos mortais sejam transferidos de São Paulo para o Rio de Janeiro, onde a mãe da cantora está enterrada. A decisão de fazer o enterro na capital paulista foi de Wilma Petrillo, viúva de Gal.
Desde a morte da baiana, a relação de Wilma e Gabriel está conturbada. Gabriel revelou, há um mês, que foi coagido por Wilma a assinar um documento que atestava a relação entre ela e a artista, além de também reconhecê-la como mãe.
Com esse documento, a Justiça reconheceu que Wilma mantinha união estável com Gal, o que a colocou também na posição de herdeira. Porém, segundo informações obtidas pelo G1 São Paulo, Gabriel alegou que escreveu e assinou a carta porque foi coagido. Ele teria dito, ainda, que temia por sua segurança física e psicológica, já que morava com Wilma, à época.
Gabriel afirma que as coações começaram em novembro de 2022, e que foi obrigado “a ingerir medicamentos de receita controlada, tendo ingressado em estado de tamanho abalo psicológico que teve a sua capacidade cognitiva severamente reduzida”.
Gabriel Penna Burgos Costa, filho da cantora, contesta na Justiça a união estável de Gal e Wilma. No processo, as primas fazem coro à declaração de Gabriel, que diz ter sido coagido por Wilma a assinar uma carta atestando a união estável dela e de sua mãe. O testamento anulado afirmava que Gal “conserva o estado de solteira e não tem descendentes”, “podendo, assim, livremente dispor de seu patrimônio”.
O QUE DIZ WILMA
No último domingo (31/3), a advogada de Wilma, Vanessa Bispo, disse ao jornal O Globo que as alegações das primas de Gal são "absurdas" e constituem uma "aventura jurídica".
A advogada falou que, de acordo com Petrillo, Gal sequer convivia com as primas. "Gal anulou o testamento porque quis. Ela era uma mulher forte, com opiniões próprias, sempre fez o que quis. Nunca foi uma mulher fraca para ser coagida por quem quer que seja. A história de vida dela demonstra disso", afirmou Vanessa Bispo.
"Uma acusação de coação é muito séria e precisa ser provada. As pessoas que alegam coisas contra Wilma vão começar a responder judicialmente por injúria, calúnia e difamação. Essas alegações causam repúdio e espanto", completou.
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