Ilhéus é reconhecida como a capital do cacau e do chocolate

Lei sancionada pelo presidente Lula concede ao município baiano o título de capital do cacau e chocolate, em reconhecimento à importância histórica

Por Ananda Costa.

Ilhéus, no sul da Bahia, foi oficialmente reconhecida como capital do cacau e chocolate com a sanção da Lei nº 15.289 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A norma, que concede ao município o título de Capital Nacional da Rota do Cacau e do Chocolate, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira (19).

Ilhéus é reconhecida como a capital do cacau e do chocolate. Foto: Pexels

Segundo a Agência Senado, a lei é originária do Projeto de Lei nº 4.402/2023, de autoria da deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA). A proposta destaca o papel histórico e econômico de Ilhéus na cacauicultura brasileira, atividade presente na região desde o século 18 e que ganhou projeção nacional entre o final do século 19 e o início do século 20, durante o auge da economia cacaueira.

O texto também reconhece avanços recentes do município na adoção de práticas sustentáveis, com incentivo à produção orgânica e ao uso responsável dos recursos naturais.

No Senado Federal, a matéria foi analisada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), onde recebeu parecer favorável do relator, senador Angelo Coronel (PSD-BA). Segundo ele, Ilhéus concentra uma produção significativa de chocolate e se consolidou como um polo estratégico para toda a cadeia produtiva do cacau.

Importância do cacau na Bahia

Foto: Pexels

Desde os primeiros pés de cacau da Bahia o cacau foi responsável por mudar a história econômica e social do estado. Em entrevista ao Aratu On, o historiador Murilo Mello destacou que a trajetória do fruto começou em Canavieiras, no sul baiano, região onde a lavoura prosperou e atraiu milhares de pessoas em busca de riqueza.

“Esses pés de cacau são os primeiros da história da Bahia. De Canavieiras, o cultivo se espalhou para áreas vizinhas e fez a fortuna de várias famílias”, explicou o historiador.

A promessa de prosperidade levou famílias inteiras de diferentes partes do Nordeste, muitas fugindo da seca, a tentar a sorte no sul da Bahia. Entre elas, nomes que mais tarde se tornaram tradicionais, como a família de Jorge Amado, que tinha origem em Sergipe. “Foram quase retirantes que encontraram no cacau uma oportunidade de enriquecimento”, relembrou Mello.

O cacau e seus derivados são um dos cinco produtos do agronegócio baiano com maior montante exportado, gerando US$ 433 milhões (6,5% da produção vendida ao exterior em 2024). Com esses números, o Cacau fica atrás apenas da Soja, Celulose, Algodão.

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