Tricotilomania: conheça o problema que afeta Amanda do BBB 23

Especialistas apontam que o ato pode ser consciente, ou seja, o paciente percebe que puxa os fios, ou pode ocorrer de maneira automática

Por Da Redação.

Tricotilomania: conheça o problema que afeta Amanda do BBB 23Reprodução/Globoplay

Para entender o que é tricotilomania, é importante começar descobrindo o significado dessa palavra. Ela vem do grego: trico quer dizer "cabelo", tilo é "puxar". Esse é o nome que se dá a uma desordem comportamental em que a pessoa sente um impulso recorrente e incontrolável de arrancar os fios de cabelo ou os pelos de outras partes do corpo, como sobrancelhas, cílios e barba, por exemplo. Assim, os cabelos e os pelos ficam rarefeitos nesses locais.

Especialistas apontam que o ato pode ser consciente, ou seja, o paciente percebe que puxa os fios, ou pode ocorrer de maneira automática, sem que a pessoa tenha a percepção de que ela é a causadora da retirada deles.

O médico Gustavo Martins explica que a tricotilomania é classificada como transtorno de controle dos impulsos e faz parte do espectro do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Em 5 a 20% dos casos, a tricotilomania evolui para a tricofagia, distúrbio em a pessoa ingere os fios logo depois de arrancá-los, o que, a longo prazo, pode levar a um quadro de obstrução do trato digestivo.

"Mas, muitos podem se perguntar: e por que esse problema aparece? A causa da tricotilomania ainda não foi totalmente definida. Sabe-se, até aqui que, provavelmente, exista uma tendência genética. "Eventos estressores podem funcionar como gatilho. E a faixa etária de incidência é dos 10 aos 13 anos. Inclusive, nos jovens, a distribuição é igual entre meninas e meninos. Já na idade adulta, as mulheres são mais acometidas, com proporção de quatro mulheres para um homem", explica.

De acordo com Gustavo, áreas de rarefação dos cabelos e dos pelos, localizadas ou disseminadas, são os sintomas mais frequentes. Como elas são perceptíveis, costumam levar a pessoa ao consultório do dermatologista. Quando a pessoa ou familiares contam que os fios são arrancados, o diagnóstico costuma ser mais certeiro.

"Acontece que, muitas vezes, o médico não tem essa informação. O paciente apresenta diversas áreas de rarefação dos cabelos ou dos pelos que podem ser sintoma de diversas outras doenças. Por isso, consultar um dermatologista é fundamental. Com o uso de um aparelho chamado dermatoscópio, ele visualiza as hastes dos fios com lente de aumento. Dessa forma, a avaliação das alterações que ocorrem quando eles são tracionados permite afastar a hipótese de outras doenças que atingem os cabelos e confirmar o diagnóstico de tricotilomania".

Sobre o tratamento, Gustavo detalha que, inicialmente, busca-se o controle do quadro. "Se o controle permanece a médio/longo prazo, mesmo depois da suspensão do tratamento, pode-se considerar que houve cura. Mas, é importante deixar claro que pode ocorrer recaídas", diz.

Gustavo explica também que o tratamento deve ser multidisciplinar. Além do dermatologista, pode ser necessário consultar um psiquiatra e um psicólogo, e recorrer a medicamentos para ansiedade ou depressão, por exemplo. "Em outros casos, a terapia cognitivo-comportamental, em que a pessoa aprende a identificar os gatilhos e a lidar com eles, costuma ser útil", explicou.

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