Exames, regras e quem pode doar: Aratu On Explica o transplante de medula óssea no Brasil
O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças, em diferentes estágios e faixas etárias. O doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras.
Em 2021, o Ministério da Saúde alterou a idade máxima de doadores voluntários de medula óssea. Antes, podiam se candidatar pessoas com até 55 anos. Agora, o cadastro é permitido para quem tem até 35 anos. Mas você sabe como ser um doador e quem pode ser beneficiado? O Aratu On Explica pra você!
O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças, em diferentes estágios e faixas etárias. Mas há uma questão: o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras. Assim, para 75% dos pacientes é necessário identificar alguém de fora do seu ciclo, a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis.
E justamente para aumentar a probabilidade de êxito na localização, é importante o papel dos doadores voluntários, que podem se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea do Brasil (Redome). Ele é o terceiro maior do mundo, com quase 5 milhões e 400 mil candidatos. Em 2020, foram realizados 279 transplantes, e neste ano já aconteceram mais de 140. Porém, ainda assim, 850 pacientes aguardam na lista de espera.
Em 2021, para se adequar às regras internacionais de doadores de medula óssea, o Brasil reduziu para 35 anos a idade limite para o cadastro de voluntários e incluiu novos exames genéticos para acrescentar à busca por pessoas compatíveis (haploidênticos).
Dessa forma, para se tornar um doador de medula óssea é necessário ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não apresentar doença neoplásica, como câncer, hematológica (do sangue), ou do sistema imunológico. Cada caso é analisado e algumas complicações de saúde não impedem a doação (clique aqui para conferir a lista de doenças impeditivas).
É bom destacar que as chances de sucesso são maiores com um doador mais jovem. Então, se você tem interesse em ajudar a salvar a vida de alguém, é só fazer o cadastro em qualquer hemocentro. Na Bahia, por exemplo, você pode recorrer à Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba).
Quem se inscrever no Redome vai passar por exames genéticos avançados, o que deve aumentar a chance de localização de doadores e pacientes compatíveis. Isso acelera o processo de identificação e, consequentemente, de transplante.
COMO É FEITA A DOAÇÃO
A doação é um procedimento que leva em torno de 90 minutos e que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções.
De acordo com o Redome, nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação.
Há outro método de doação chamado "coleta por aférese". Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue.
Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.
A decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos assistentes, tanto do paciente quanto do doador, e será avaliada em cada caso.
PODE DOAR MAIS DE UMA VEZ?
Pelo fato de a medula se recompor em 15 dias, é possível realizar uma nova doação, sem nenhum prejuízo à sua saúde. Em geral, recomenda-se que uma segunda doação ocorra somente após seis meses da primeira e, de preferência, utilizando um método de coleta distinto.
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