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Dia do Rock: gênero foi criado por mulher negra e estourou na Bahia após filme na década de 1950

Sister Rosetta Tharpe deixou o R&B mais rápido na primeira metade do século XX

Por Juana Castro

Dia do Rock: gênero foi criado por mulher negra e estourou na Bahia após filme na década de 1950Sister Rosetta Tharpe | Reprodução

Gênero musical, estilo, atitude. Todas essas características podem simbolizar o Rock and Roll, celebrado nesta quinta-feira, 13 de julho. Mas você sabe a origem do ritmo, da data especial, ou, ainda, como o rock começou na Bahia? O Aratu On Explica! 


NASCIMENTO


Muitos chamam Elvis Presley de "rei do rock", ou citam Jerry Lee Lewis e Johnny Cash como pioneiros. Mas a história que poucos conhecem é que a criação do gênero veio ainda antes deles, com uma mulher negra: Sister Rosetta Tharpe, na primeira metade do século XX.


Nos anos 1920, ela era uma das poucas pessoas pretas a tocar guitarra. Ao chegar a Chicago, Rosetta ficou fascinada com o Jazz e o Rhythm and blues (R&B) e quis apresentá-los na igreja. Em 1938, fechou contrato com a Decca Records, tornando-se a primeira artista gospel a assinar com uma grande gravadora. Depois, em 1944, gravou o que seria considerada a primeira canção de rock no mundo, a "Strange Things Happening Every Day", que unia aqueles dois ritmos pelos quais era apaixonada. Ela costumava dizer, inclusive, que o rock and roll era R&B tocado mais rápido.


https://youtu.be/-88l-M0KgkI

Rosetta Tharpe foi uma inspiração para alguns dos nomes que ficaram mundialmente conhecidos, porém, não obteve o reconhecimento devido, nem em vida, tampouco após a morte. Faleceu em 1973, aos 58 anos, depois de ter sofrido dois acidentes vasculares.


A "rainha do rock" foi sepultada em um túmulo sem identificação, em um cemitério da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e somente em 2008 que um grupo de pessoas fez um show beneficente com objetivo de comprar uma lápide para identificar que o corpo da artista estava enterrado ali.


E foi apenas em 2022, 45 anos depois de seu falecimento, que o nome da Sister Rosetta Tharpe foi colocado no Hall da Fama do Rock. Além disso, o governo da Filadélfia também instituiu o dia 11 de janeiro como a data para homenageá-la.


ROCK NA BAHIA


O rock teve seu auge entre os anos 1950 e 1960, com Elvis Presley e bandas como as inglesas Beatles e Rolling Stones. Com isso, as influências tiveram reflexos em todo o mundo, inclusive no Brasil, com grupos como a Jovem Guarda e Os Mutantes, por exemplo, que beberam nessa fonte.


Na Bahia, mais precisamente em Salvador, o rock caiu nas graças dos jovens após o sucesso do filme "Sementes da Violência", em 1956. O longa abordava a delinquência juvenil nos Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial, mas o fascínio da garotada era o tal do rock n' roll, conhecido graças à trilha sonora de Bill Halley. A música "Rock Arounf The Clock" começava e encerrava o filme.


OS PIONEIROS


Uma das pessoas que afirmava ter assistido à produção diversas vezes era aquele que viria a se tornar o "pai do rock brasileiro", Raul Seixas, então com 11 anos. Antes dele "estourar", no entanto, Waldir Serrão criou a primeira banda do gênero conhecida no estado, a "Waldir Serrão e Seus Cometas", em 1957. Dois anos depois, ele e Seixas, já com 15 anos, fundaram o fã-clube "Elvis Rock Club".


Ainda em 1959, Serrão - mais conhecido como "Big Ben" -, que além de cantor era agitador cultural, comandou o primeiro programa baiano dedicado ao rock, o "Só Para Brotos", na Rádio Cultura. Também foi responsável por levar diversos roqueiros para a televisão, mais tarde, no programa "O Som do Big Ben", na TV Itapoã, que ficou no ar entre 1972 e 1984.



Paralelo a esse início, Raulzito se familiarizava cada vez mais com o rock. Por morar próximo ao consulado dos Estados Unidos, conhecia filhos de diplomatas e conseguia, com certa facilidade, acesso a discos e até instrumentos.


Nos anos 1960, o jovem Raul criou a banda "Relâmpagos do Rock", que pouco depois passou a se chamar "Raulzito e os Panteras". O irmão dele, Plínio, também fundou a "Eles Quatro". A cena baiana também contava com outros grupos que surgiram, a exemplo de "Os Gentlemen", com os irmãos de Pepeu Gomes.


Raulzito e os Panteras foram para o Rio de Janeiro tentar a sorte, mas o disco homônimo não teve sucesso comercial. Assim, os integrantes voltaram à Bahia, mas o vocalista continuou no Rio, utilizando seu nome de batismo, Raul Seixas. Em 26 anos de carreira, ele lançou 17 discos e canções memoráveis, como "Ouro de Tolo", "Cowboy Fora da Lei", "Eu nasci há dez mil anos atrás" e "Maluco Beleza".


Raul morreu em 21 de agosto de 1989, em São Paulo, após uma parada cardiorrespiratória provocada por pancreatite crônica e hipoglicemia.


DOCUMENTÁRIO INÉDITO
Além de Waldir Serrão e Raul Seixas, o rock baiano gerou representantes do gênero no Brasil por muitas décadas e gerações, como a banda Os Novos Baianos e a cantora Pitty. Até os dias atuais, o cenário do gênero musical permanece forte, mas com dificuldades para ter espaço, destaque e investimento.
É o que aponta o documentário inédito do Aratu On "Dia de Rock é Todo Dia", produzido pelo repórter Lucas Pereira e pela gestora de redes sociais Carla Galrão. O programa entrevistou nove pessoas ligadas ao rock baiano e será lançado no dia 17 de julho. Entre elas estão os produtores Nancy Viegas e Rogerio BigBross e o músico Wilson Santana, fundador da banda Pastel de Miolos.
Confira o teaser do minidoc: 
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DIA DO ROCK


A origem do Dia do Rock é atribuída a um grande evento ocorrido em 13 de julho de 1985, chamado "Live Aid", com transmissão ao vivo para diversos países. Foi um show simultâneo nas cidades de Londres (Inglaterra) e Filadélfia (EUA), com o intuito de conscientizar a população mundial sobre a pobreza e fome na Etiópia, país africano.
Um dos artistas participantes, o cantor e baterista Phill Collins - que chegou a tocar nos dois países -, propôs que o dia 13 de julho dosse lembrado como o Dia Mundial do Rock.
Além dele, também participaram do evento os seguintes nomes: The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Rolling Stones, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Eric Clapton e Black Sabbath.
Queen no Live Aid, em 1985

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