HORA DE MORFAR: A história do anônimo dançarino ‘Power Ranger azul’ do pagode baiano
HORA DE MORFAR: A história do anônimo dançarino ‘Power Ranger azul’ do pagode baiano
Se você é da Bahia e acha que o sucesso “Tribotchan”, lançado em 2000 pelo grupo É o Tchan, é patrimônio imaterial nosso, vai ter que morfar e chamar o Megazord para lutar contra um paranaense, de Maringá, que uniu duas referências dos anos 90 e tem feito sucesso nas redes sociais.
Trata-se do Ranger Azul Dançarino que ‘mete dança’ no Facebook e Instagram ao som dos pagodes baianos atuais e, claro, das antigas.
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Se identificando como “Billy” — nome do primeiro ranger azul da série, interpretado por David Yost –, o dançarino conta que a ideia surgiu em uma festa durante o carnaval. No evento, ele vestiu pela primeira vez a fantasia confeccionada pelos especialistas em cosplay, Jibbs Castro e Thiago Nandesco. Ainda de brincadeira, Billy gravou o a primeira coreografia, da música “Festa”, da cantora Ivete Sangalo, mas depois de um tempo apagou a postagem. “Foi minha primeira vez dançando pra valer com a roupa, eu ainda estava meio enferrujado porque não dançava há anos e o zíper arrebentou. Dancei assim mesmo, mas não fiquei de costas hora nenhuma durante a gravação”, relembra rindo.
Billy resume sua rotina, mas não abre mão do mistério sobre sua identidade. “Sou formado na área de saúde. Acordo cedo porque começo no trabalho às 6h e fico até bem tarde também. Eu danço desde criança, mas precisei parar por causa da profissão e porque onde eu morava era bem complicado viver disso. Alguns anos se passaram e eu vi naquela roupa a chance de dançar sem ninguém saber quem eu sou”.
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Nos primeiros vídeos postados, o personagem faz coreografias de músicas populares da década de 1990, o que, segundo ele, foi importante para a aprovação do público. “Houve uma grande aceitação. Resgatou a memória afetiva das pessoas que, além de terem acompanhado os Power Rangers, ouviam as músicas na mesma época”, opina.
“FAMOSINHO”
Billy decidiu variar e trocou o cenário com fundo branco pelo Parque Tanguá, em Curitiba, que chegou a mais de um milhão de visualizações em sua página do Facebook. ?Eu não imaginava que iria atingir tanta gente? revelou o dançarino que conta com o apoio de apenas quatro amigos para manter sua identidade oculta. Os primeiros vídeos apareceram na rede no carnaval e, desde então, Billy ganhou milhares de seguidores. No Instagram, onde a sua fama é maior, já são 21 mil seguidores.
O personagem conta que muitos seguidores entram em contato, desabafando sobre ver nos vídeos a motivação para ir a aulas de dança ou então para persistir no sonho de dançar mesmo sem a aceitação das pessoas com quem convivem. ?Recebo muitas mensagens de meninos que querem dançar, mas a família não deixa, por preconceito?, diz.
E, bom, se você esperava que o final desse texto revelasse a verdadeira identidade do Ranger Azul Dançarino, se enganou. ?Ainda não sei. Não faço ideia de qual rumo isso vai tomar. Acho interessante as pessoas gostando do que faço sem saber quem é. Justamente numa época em que muitas pessoas se deixam levar apenas pela aparecia, e condição social?, conta Billy, que diz ainda estar analisando convites para participar de programas de TV. Sem abandonar a máscara, pelo menos por enquanto. Como todo bom super-herói.
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