Falta de aten&ccedil;&atilde;o, mem&oacute;ria curta, fala embolada, mudan&ccedil;as de humor, racioc&iacute;nio lento, e mais: quem j&aacute; ficou sem dormir, com certeza conhece bem esses sintomas. Passar a noite&nbsp;em claro afeta o corpo e o c&eacute;rebro de forma significativa &mdash; e os efeitos podem surgir j&aacute; nas primeiras 24 horas. Confira, abaixo, os principais impactos da priva&ccedil;&atilde;o de sono &mdash; e lembre-se como dormir vale a pena!
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<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a0f670f4-1933-45c5-b337-e2a37145d4f9.jpg?width=3500&amp;height=2333" alt="Passar a noite&nbsp;em claro afeta o corpo e o c&eacute;rebro de forma significativa. | Foto: Ilustrativa/Pexels">
<h3 style="text-align: justify;">C&eacute;rebro e fun&ccedil;&otilde;es cognitivas</h3>
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Diminui&ccedil;&atilde;o da aten&ccedil;&atilde;o, concentra&ccedil;&atilde;o e mem&oacute;ria
</li>
<li>
Pensamento mais lento e decis&otilde;es prejudicadas
</li>
<li>
Altera&ccedil;&otilde;es de humor, como irritabilidade, ansiedade e impulsividade
</li>
<li>
Alucina&ccedil;&otilde;es e paranoia, em casos mais extremos
</li>
<li>
A longo prazo, aumenta o risco de depress&atilde;o e dem&ecirc;ncia, como o Alzheimer
</li>
</ul>
<h3 style="text-align: justify;">Cora&ccedil;&atilde;o e sistema circulat&oacute;rio</h3>
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Aumento da press&atilde;o arterial
</li>
<li>
Maior risco de doen&ccedil;as cardiovasculares, como infarto e AVC
</li>
<li>
Eleva&ccedil;&atilde;o dos n&iacute;veis de horm&ocirc;nios do estresse, como o cortisol
</li>
</ul>
<h3 style="text-align: justify;">Metabolismo e sistema end&oacute;crino</h3>
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Desequil&iacute;brio hormonal: aumento da grelina (fome) e redu&ccedil;&atilde;o da leptina (saciedade)
</li>
<li>
Maior desejo por alimentos cal&oacute;ricos e ricos em a&ccedil;&uacute;car
</li>
<li>
Risco aumentado de ganho de peso, diabetes tipo 2 e resist&ecirc;ncia &agrave; insulina
</li>
</ul>
<h3 style="text-align: justify;">Sistema imunol&oacute;gico</h3>
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Redu&ccedil;&atilde;o da capacidade do corpo de combater v&iacute;rus e bact&eacute;rias
</li>
<li>
Vacinas se tornam menos eficazes
</li>
<li>
Maior vulnerabilidade a infec&ccedil;&otilde;es comuns
</li>
</ul>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a0aceacf-83bd-4206-9af9-dabbd112e4a0.jpg?width=2908&amp;height=2077" alt="Os efeitos de n&atilde;o dormir podem surgir j&aacute; nas primeiras 24 horas. | Foto: Ilustrativa/Pexels">
<h3 style="text-align: justify;">Reparo celular e envelhecimento</h3>
<ul style="text-align: justify;">
<li>
O sono profundo &eacute; quando o corpo se regenera &mdash; sem ele, h&aacute;:
<ul>
<li>
Diminui&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o de col&aacute;geno
</li>
<li>
Maior estresse oxidativo
</li>
<li>
Envelhecimento precoce da pele
</li>
</ul>
</li>
</ul>
<h3 style="text-align: justify;">Coordena&ccedil;&atilde;o motora e reflexos</h3>
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Riscos semelhantes aos de estar alcoolizado (ap&oacute;s 24 horas sem dormir)
</li>
<li>
Redu&ccedil;&atilde;o do tempo de rea&ccedil;&atilde;o, aumentando chances de acidentes
</li>
</ul>
<h3 style="text-align: justify;">Ap&oacute;s quantas horas os efeitos aparecem? </h3>
<table>
<thead>
<tr>
<th>Tempo sem dormir</th>
<th>Efeitos comuns</th>
</tr>
</thead>
<tbody>
<tr>
<td>16-24 horas</td>
<td>Sonol&ecirc;ncia, lapsos de aten&ccedil;&atilde;o, irritabilidade</td>
</tr>
<tr>
<td>24-36 horas</td>
<td>Pensamento lento, fala arrastada, dores no corpo</td>
</tr>
<tr>
<td>36-48 horas</td>
<td>Alucina&ccedil;&otilde;es leves, confus&atilde;o mental, tremores</td>
</tr>
<tr>
<td>72+ horas</td>
<td>Queda severa da imunidade, del&iacute;rios, risco de colapso f&iacute;sico e mental</td>
</tr>
</tbody>
</table>
&nbsp;

Estima-se que de&nbsp;30% a 40% das mulheres apresentam diminui&ccedil;&atilde;o de libido. Voc&ecirc; sabia que a baixa qualidade do sono pode ser uma causa deste sintoma?

Dist&uacute;rbios do sono podem ter origens muito distintas: condi&ccedil;&otilde;es psiqui&aacute;tricas,&nbsp;como depress&atilde;o e ansiedade; doen&ccedil;as pulmonares, como asma; doen&ccedil;as neurol&oacute;gicas; uso de subst&acirc;ncias como cafe&iacute;na e &aacute;lcool; dentre tantas outras causas. Mas, independentemente da origem, as consequ&ecirc;ncias de um sono de m&aacute; qualidade s&atilde;o in&uacute;meras.

Um estudo norte-americano com mais de dois milh&otilde;es de mulheres, publicado em 2023 na revista Urology, encontrou uma forte associa&ccedil;&atilde;o entre os dist&uacute;rbios do sono &ndash; apneia, ins&ocirc;nia ou dist&uacute;rbio do ciclo circadiano &ndash; com disfun&ccedil;&atilde;o sexual em mulheres. Ou seja, boas noites de sono podem ajudar a melhorar a qualidade das rela&ccedil;&otilde;es sexuais.

Para garantir uma boa qualidade de sono, &eacute; importante:

- Regularidade no hor&aacute;rio de dormir e acordar;

- Exercitar-se regularmente;

- Ambiente confort&aacute;vel para o sono;

- Fazer algo relaxante antes de dormir;

- Banho quente antes de deitar.

&Eacute; importante evitar:

- Bebidas alco&oacute;licas;

- Uso de estimulantes (cafe&iacute;na, nicotina);

- Evitar exerc&iacute;cios tr&ecirc;s horas antes de deitar;

- Ambiente para dormir com barulho ou agitado;

- Alimenta&ccedil;&atilde;o em excesso tr&ecirc;s horas antes de se deitar.

Um estudo australiano, publicado em agosto no "American Journal of Occupational Therapy", apresenta evidências de que o uso de cobertores pesados pode melhorar a qualidade do sono em adultos com insônia, reduzir a dependência de medicamentos e beneficiar o humor de pessoas com ansiedade e depressão.
Pesquisas anteriores já indicavam que cobertores mais pesados proporcionam ao corpo a sensação de um abraço caloroso, além de aumentar a produção de melatonina, hormônio que regula o sono e o ritmo circadiano. A terapeuta ocupacional e pesquisadora da Universidade Flinders, Suzanne Dawson, ressalta que “o sono é uma necessidade humana básica e, quando alguém não dorme o suficiente, isso pode levar a vários problemas de saúde, além de aumentar o risco ou agravar condições crônicas, incluindo doenças cardíacas, derrames e problemas de saúde mental”.
A equipe de pesquisa de Dawson analisou 18 estudos que investigaram os efeitos dos cobertores pesados. Os resultados indicaram, em geral, uma melhoria na qualidade do sono e na rapidez com que os participantes adormeciam. Segundo a pesquisadora, “adultos que usaram os cobertores relataram melhor sono, redução no uso de medicamentos para dormir e até mesmo melhorias no humor e no controle da dor.”
Os benefícios foram mais pronunciados entre os adultos e mostraram-se variáveis entre as crianças, com resultados limitados para aqueles com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ou transtorno do espectro autista (TEA). Mas, alguns pais relataram experiências positivas, afirmando que os filhos pareciam “mais relaxados, menos ansiosos e mais focados durante as atividades diárias” ao utilizarem os cobertores. A psicóloga envolvida no estudo sugere que isso pode ter um impacto duradouro no bem-estar das crianças.
Porém, os pesquisadores recomendam que pessoas com problemas cognitivos escolham cobertores mais leves, que sejam facilmente removíveis pelo próprio indivíduo.
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Uma colaboração internacional de pesquisa, liderada por pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, nos EUA, revelou que pessoas solitárias têm maior propensão a sofrer com pesadelos.
O estudo, publicado no Journal of Psychology, aponta que tanto a solidão quanto os distúrbios do sono representam problemas de saúde pública significativos.
Colin Hesse, da Universidade de Oregon, ressalta que a relação entre solidão e pesadelos é influenciada pelo estresse, que atua como um elo entre a solidão e a frequência e intensidade dessas experiências noturnas.
Além do estresse, outros fatores, como a ruminação – preocupação constante e ansiedade – e a hiperexcitação, que é o estado de alerta extremo, também estão associados a essa relação.
“As relações interpessoais são uma necessidade humana fundamental”, afirmou Hesse. O pesquisador compara a solidão a sinais como fome ou fadiga, que surgem para alertar o corpo sobre a falta de calorias ou descanso, sugerindo que a solidão tem um papel semelhante ao indicar a falta de conexões interpessoais.
Além disso, os pesquisadores apontam que a solidão pode impactar a qualidade do sono. Eles sugerem que, evolutivamente, os seres humanos se adaptaram para sentir estresse e se manterem em estado de alerta quando enfrentam a solidão, o que afeta o sono mais do que fatores ambientais, como traumas.
A pesquisa envolveu mais de 1.600 adultos nos Estados Unidos, com idades entre 18 e 81 anos. Hesse ressalta que é cedo para definir intervenções específicas, mas sugere que tratar a solidão pode, possivelmente, ajudar a reduzir a incidência de pesadelos, o que deve ser investigado em estudos clínicos futuros.
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Estudo realizado por pesquisadores do Instituto do Sono revelou que a insônia não é apenas um sintoma secundário da depressão, mas parte integrante da doença doença mental. O resultado veio após os pesquisadores examinarem a relação entre o risco genético para problemas de sono e sintomas de depressão em uma amostra do Estudo Epidemiológico do Sono de São Paulo, com pessoas entre 20 e 80 anos.

Os participantes foram submetidos a avaliação clínica, polissonografia noturna completa e responderam a um conjunto de questionários sobre sono. Houve também coleta de amostras de sangue para extração de DNA e genotipagem dos voluntários, com o objetivo de calcular o risco genético dessas pessoas para problemas de sono e sintomas depressivos. Os resultados do estudo foram apresentados no Sleep 2024, durante a 38ª Reunião Anual das Sociedades Profissionais Associadas de Sono, no início de junho, nos Estados Unidos.

De acordo com a pesquisadora Mariana Moysés Oliveira, umas das responsavéis pelo estudo, a insônia e e os sintomas depressivos partem de origens genéticas muito parecidas e, por isso, os problemas de sono não podem ser tratados como algo secundário em pessoas com depressão, já que são parte central da doença.

Para chegar ao resultado, foi aplicado um modelo estatístico, chamado escore poligênico, que permite prever o risco para doenças complexas ao considerar milhares de variantes genéticas, o que permitiu estabelecer essa interrelação.

De acordo com Mariana, os resultados podem ser úteis para a saúde pública, pois, por meio deles, é possível estabelecer políticas que promovam a identificação precoce e o tratamento integrado podem ser mais eficazes na redução da carga dessas condições na sociedade.

Segundo a pesquisadora, a as doenças se manifestam geralmente por fatores genéticos, que não mudam desde a concepção, e ambientais aos quais as pessoas são expostas ao longo da vida. A pesquisa conseguiu calcular os riscos genéticos para prever os riscos maiores ou menores para o desenvolvimento de uma doença. “Para doenças comuns, não conseguimos atribuir um único gene. Não existe o gene da depressão, da insônia ou do câncer. O risco genético é determinado por diversas, muitas vezes milhares de variações genéticas. Apenas quando avaliamos o conjunto dessas variações genéticas podemos calcular o risco genético”, afirmou Mariana.

De acordo com a responsável pelo estudo, com uma amostra epidemiológica é possível identificar variações genéticas que podem ser usados como biomarcadores de risco e, entendendo as conexões genéticas, é possível desenvolver tratamentos que atacam as causas das doenças, não apenas os sintomas, reduzindo a chance de recaídas.

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/saude/2024-06-11/chas-nao-sao-recomendados-para-menores-de-6-meses-alerta-pediatra-apos-morte-de-bebe-em-juazeiro/">‘Chás não são recomendados para menores de 6 meses’, alerta pediatra após morte de bebê em Juazeiro</a>

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*Agência Brasil
Os confrontos armados rotineiros em favelas cariocas causam centenas de mortes violentas anualmente. Mas ter que conviver com os tiroteios pode também piorar a saúde mental e física dos moradores dessas áreas, contribuindo para o desenvolvimento de quadros de hipertensão arterial, ansiedade, insônia, falta de ar e depressão.
A constatação é de pesquisa divulgada nesta quarta-feira (9/8) pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), que compara a situação de saúde de moradores de favelas expostas a um número maior de tiroteios envolvendo agentes do Estado com a de pessoas que vivem em comunidades mais tranquilas (com número menor de confrontos armados).
A pesquisa mostra, por exemplo, que os riscos de moradores de favelas mais expostas a tiroteios desenvolverem depressão e ansiedade são mais do que o dobro daqueles de outras comunidades. A prevalência também é maior nos casos de insônia (73%) e hipertensão arterial (42%).
Um terço dos moradores dessas comunidades também relatou sudorese, falta de sono, tremor e falta de ar durante os tiroteios.
“A política de segurança não promove segurança de verdade e promove, por outro lado, medo, adoecimento e, muitas vezes, morte”, afirma a socióloga Rachel Machado, coordenadora da pesquisa.
O estudo também apresenta os efeitos dos tiroteios nas unidades de saúde. Nas comunidades com maior número de confrontos armados, 59,5% dos moradores afirmaram que as unidades já tinham sido fechadas por causa da violência, enquanto nas demais comunidades, o índice é de 12,9%.
Nas comunidades mais expostas à violência, 26,5% dos moradores já adiaram a busca por atenção médica devido a confrontos, enquanto nas áreas mais tranquilas esse índice é de apenas 5,9%.
“Existe uma escolha política [do Estado] por sistematicamente fazer operações violentas, que causam esse impacto na saúde dos moradores, que transformam a rotina deles e não dão paz nem dentro de casa. Também os impedem de acessar um direito tão fundamental, que é o direito à saúde, garantido pela Constituição. Existe uma unidade de saúde próxima à sua residência, para você ser atendido e você não pode [por causa dos tiroteios]”, explica Rachel.
A pesquisa ouviu 1.500 moradores de seis comunidades cariocas, sendo três com maior número de tiroteios em 2019 (Nova Holanda, na Maré; CHP-2, em Manguinhos; e Vidigal, na zona sul) e três que não registraram confrontos armados naquele ano (Parque Proletário dos Bancários, na Ilha; Parque Conquista, no Caju; e Jardim Moricaba, na zona oeste).
Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que a “opção inconsequente pelo confronto armado é sempre dos criminosos” e que suas ações “são pautadas por informações de inteligência e planejamento prévio, tendo como preocupação central a preservação de vidas e o cumprimento irrestrito da legislação em vigor”.
A PM destacou que investe em equipamentos para que suas ações “sejam cada vez mais técnicas e seguras” e que, no primeiro semestre deste ano, houve queda de 12,3% no número de mortes por intervenção de agentes do Estado, em relação ao mesmo período do ano passado.
Também em nota, a Polícia Civil disse que usa informações de inteligência e faz planejamentos detalhados em todas suas operações. Além disso, as ações priorizam a preservação da vida dos agentes e dos cidadãos.
“A Polícia Civil acrescenta que a atuação em comunidades é parte das ações de combate à criminalidade e se trata de trabalho fundamental, uma vez que as organizações criminosas utilizam os recursos advindos com as práticas delituosas para financiar seus domínios territoriais, com a restrição de liberdade dos moradores das regiões ocupadas por elas”.
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Não consegue dormir bem à noite? Infelizmente, você não está sozinho. Um Estudo Epidemiológico do Sono de São Paulo (Episono), conduzido pelo Instituto do Sono, apontou que 45% das pessoas queixam-se de insônia ou dificuldade para dormir somente em São Paulo. A mesma pesquisa revelou que 15% dos paulistanos sofrem de insônia crônica. As informações são da Agência Brasil.
A insônia é definida com a insatisfação em relação à qualidade e\ou quantidade de sono, podendo se manifestar como a dificuldade em iniciar o sono, assim chamada de insônia inicial; dificuldade em manter o sono: presença de despertares ao longo da noite, chamada de insônia de manutenção; ou pode se manifestar por um despertar antes do horário previsto, com dificuldade de retornar ao sono, chamada de insônia do despertar precoce.
“A insônia crônica é quando acontecem episódios pelo menos três vezes por semana durante o mínimo de três meses, com consequências diurnas, associada à perda de concentração, alteração de memória, irritabilidade, perda de produtividade, normalmente consequências desse sono fragmentado”, explica a pneumologista e especialista em sono Luciane Luna de Mello, do Instituto do Sono. Um período inferior a este, isto é, por um mês ou menos é insônia aguda.
A insônia pode estar associada a outras doenças como depressão, ansiedade, doenças neurológicas e situações de dores crônicas, por exemplo. “Além disso, também pode estar associada a hábitos, comportamentos inadequados que não favorecem o relaxamento e o início do sono como o uso de excessivo de telas - especialmente próximo do horário de dormir, consumo excessivo de café ou bebida alcoólica, alimentação pesada ou gordurosa antes do horário de dormir”, disse a neurologista Marcia Assis, vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (Absono).
A prática de atividade física próxima ao horário de dormir e as condições do ambiente de dormir como temperatura e ruídos, ou ainda ter um parceiro de cama que ronca, podem perturbar o sono, completa a neurologista. “Até mesmo outra doença do sono pode estar associada à insônia e causar a piora da qualidade do sono como a Apneia do Sono”, acrescenta a neurologista.
IMPACTOS
“A insônia tem um impacto absolutamente importante na sociedade, impacta no dia a dia, na produtividade e na saúde das pessoas”, alerta a médica Luciane Luna de Mello, do Instituto do Sono. Segundo a especialista, a insônia ainda pode diminuir a imunidade e piorar a condição clínica.
Esses indivíduos podem ter ainda uma irritabilidade, inclusive com quadros neurológicos ou psiquiátricos associados a esse processo de insônia, que podem gerar processos psiquiátricos. Outras vezes a insônia é gerada por doenças psiquiátricas, como causa secundária”, explica.
Mesmo com tantas ofertas de remédios para dormir, a automedicação não é uma solução a longo prazo, como explica a especialista Luciane de Mello. “Muitos indivíduos com automedicação chegam no consultório até viciados em remédios que não vão ser os mais adequados para aquele quadro”.
Entre os medicamentos tomados por conta própria estão os fitoterápicos. “Muitos fitoterápicos não têm o efeito sobre o sono adequado, muitos não têm confirmação científica de que atuam sobre o sono. Na literatura [médica], o que tem uma confirmação melhor é a valeriana [planta medicinal]. Mas tem que ser adequada para um quadro leve de insônia ou para indivíduos mais jovens”, observa Luciane.
A médica adverte que as medicações não são isentas de efeitos colaterais. “É preciso ter cuidados porque toda medicação é substância química e, mesmo a substância natural tem suas substâncias intrínsecas e que vão fazer algum tipo de efeito, algumas consequências relacionadas ao uso indiscriminado e em quantidades que não devem ser usadas”, frisou.
MELATONINA
“A melatonina não é uma substância recomendada para o tratamento da insônia”, alerta a neurologista Marcia Assis, vice-presidente da Absono. “A melatonina é um hormônio e não é utilizada para tratar a insônia”.
A especialista esclarece que existem doenças do sono e situações médicas especiais que a melatonina pode ser indicada pelo médico, “porém, não deve ser usada por conta própria e menos ainda para tratar a insônia, pois não é recomendada. A tentativa, sem orientação, de tratar a insônia pode apenas mascarar os sintomas e provocar o estado crônico”, adverte a neurologista.
Márcia ressalta que existem medicamentos aprovados e recomendados para os diversos tipos de insônia, mas que o tratamento considerado padrão ouro para a insônia é a Terapia Cognitivo Comportamental para a Insônia (TCC-I).
“As terapias medicamentosas e não medicamentosas podem ser associadas. Deve-se lembrar que a TCC-I é realizada pelo profissional da psicologia especializado em sono. Além disso, a higiene do sono dever ser estabelecida para os melhores resultados”.
HIGIENE DO SONO
Para todos que apresentam insônia ou não, cuidar dos hábitos antes de dormir é fundamental para uma boa noite de sono. Baseadas na higiene do sono, as médicas Luciane Luna de Mello e Marcia Assis mostram como hábitos adequados podem ajudar as pessoas a dormir melhor.
- Mantenha uma rotina: estabeleça horários para o sono, a alimentação, os exercícios físicos, o lazer, o trabalho e as atividades com a família.

- Não leve o notebook ou celular para cama: eletrônicos provocam aumento do estado de alerta, além da luminosidade dificultar o início do sono.

- Desacelere antes de dormir: pelo menos uma hora antes de deitar, faça uma atividade relaxante: tome banho, leia, ouça música, faça meditação ou qualquer outra atividade que ajude a desacelerar.

- Evite permanecer na cama trabalhando, lendo e-mails, assistindo TV. Reserve este momento para atividades que provoquem relaxamento. Deite-se somente quando estiver com sono.

- Evite alimentos pesados e bebidas com cafeína: faça refeições leves até duas horas antes de deitar. Não tome café, energéticos e chá preto e outras infusões que contêm cafeína à noite.

- Atividade física é uma boa, mas não próximo ao momento de dormir: pratique exercícios com regularidade, mas respeite um intervalo de pelo menos quatro horas antes do horário de dormir.

- Mantenha o local de dormir ventilado, silencioso e escuro. Procure deixar numa temperatura adequada e confortável. Ambientes muito quentes ou frios podem dificultar o início do sono ou provocar despertares durante a noite.

- Verifique seu travesseiro e o colchão, pois a vida útil da maioria deles é de oito a dez anos.

- Evite as bebidas alcoólicas - elas podem causar um relaxamento nas primeiras horas de ingestão, entretanto, ao longo da noite, provocam fragmentação do sono e redução de fases mais profundas de sono. Além disto, o relaxamento do álcool pode agravar o ronco. O tabagismo também prejudica o sono.

- Para aqueles que preferem um cochilo durante o dia, este deve ser curto, no máximo 20 a 30 minutos e após o almoço.

- Evite o uso de medicações para o sono sem a prescrição médica, pois podem causar efeitos indesejáveis e negativos. A ajuda de um profissional é fundamental.

O uso indiscriminado de celulares por crianças e adolescentes tem preocupado especialistas nos últimos anos. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada em 2019, antes da pandemia de covid-19, 83% dos jovens brasileiros entre 9 e 17 anos já tinham celular.
Que a tecnologia pode trazer diversos benefícios, como, por exemplo, o acesso fácil à informação, a gente já sabe. Mas, para os pesquisadores, é preciso relembrar que o uso exagerado de telas e de redes sociais também traz riscos à saúde física e mental dos mais jovens.
Primeiramente, de acordo com a pesquisa, o uso excessivo de celulares desestimula os usuários a praticarem atividades físicas regulares, o que pode, com o tempo, acarretar doenças circulatórias e levar ao sedentarismo e, por consequência, à obesidade.
Por isso, problemas de postura e dores na coluna começaram a se tornar mais frequentes nessa geração. Outra questão preocupante é a qualidade do sono: quanto mais expostos à luz azul ficamos durante a noite, mais difícil é pegar no sono.
Uma pesquisa feita em Flandres, na Bélgica, apontou que o uso de celular à noite é uma prática cada vez mais comum entre estudantes de 13 a 17 anos, o que está diretamente relacionado ao aumento do nível de cansaço e indisposição desses adolescentes na escola.
CONTEÚDOS IMPRÓPRIOS
A super exposição de crianças a conteúdos inapropriados também acende um sinal de alerta nos pesquisadores. Por isso, é importante que pais e responsáveis fiquem atentos ao que os jovens estão acessando e estabeleçam limites sobre o que pode ou não ser visto.
Outra preocupação é a vida social desses jovens: com a facilidade de se comunicar por meio de aplicativos de conversas e redes sociais, muitos adolescentes acabaram deixando de sair de casa, o que pode prejudicar a habilidade dessa nova geração de se relacionar com pessoas fora da internet.
Além disso, a facilidade de arranjar entretenimento rápido e, muitas vezes, de baixa qualidade, também dificulta a nossa capacidade de lidar com o ócio, o que pode levar a um vício do uso de redes sociais e ansiedade.

Na &uacute;ltima d&eacute;cada, a&nbsp;venda de zolpidem, rem&eacute;dio utilizado para tratar ins&ocirc;nia, aumentou consideravelmente no Brasil. Por&eacute;m, o que chama aten&ccedil;&atilde;o, hoje, &eacute; o uso indiscriminado do medicamento, muitas vezes comprado sem receita m&eacute;dica, como destacou&nbsp;o psiquiatra Andr&eacute; Gordilho em entrevista ao jornalista Pablo Reis, durante o programa Liga da Madruga, da&nbsp;TV Aratu.

&quot;As pessoas t&ecirc;m muitos sintomas de ins&ocirc;nia. Como o Zolpidem &eacute;&nbsp;relativamente seguro e de f&aacute;cil manejo, que promove um sono r&aacute;pido, acabam usando muito. Inicialmente, acreditava-se que ele n&atilde;o tinha um potencial de depend&ecirc;ncia e abuso, [...] mas a realidade &eacute; que h&aacute; risco de abuso e depend&ecirc;ncia&quot;, falou&nbsp;o profissional.

No programa&nbsp;exibido no &uacute;ltimo dia 5 de dezembro, o psiquiatra tamb&eacute;m tirou d&uacute;vidas de seguidores no&nbsp;<a href="https://www.instagram.com/ligadamadruga/" target="_blank">Instagram do&nbsp;Liga</a>. Uma delas questionava sobre o poss&iacute;vel esquecimento causado&nbsp;pelo rem&eacute;dio - mostrado, inclusive, em diversos v&iacute;deos &quot;virais&quot; do TikTok, entre outras redes sociais -, ao que Gordilho&nbsp;afirmou ser comum.

&quot;N&atilde;o &eacute; raro esquecer, porque [o Zolpidem] &eacute; hipn&oacute;tico. Voc&ecirc;&nbsp;deve tomar deitado, j&aacute;. Se voc&ecirc; toma e faz atividade, voc&ecirc; tem&nbsp;o adormecer, mas mantem os movimentos e causa, muitas vezes, a amn&eacute;sia anter&oacute;grada (ou seja, n&atilde;o lembra o que est&aacute; fazendo do momento que tomou pra frente), a&iacute; pode se expor, fazer besteira...&quot;, explicou&nbsp;o m&eacute;dico, refor&ccedil;ando, ainda, que &eacute; bom evitar que a pessoa seja acordada durante as primeiras horas de uso, &quot;porque esse despertar pode ser autom&aacute;tico e a pessoa n&atilde;o vai se recordar&quot;.

Assista, abaixo, &agrave;&nbsp;entrevista completa:

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EM TEMPO

Em agosto, com uma c&acirc;mera escondida, o&nbsp;Aratu On&nbsp;fez uma reportagem sobre a facilidade de comprar o medicamento sem apresentar receita m&eacute;dica.&nbsp;

Relembre aqui:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/noticia/especiais/com-camera-escondida-em-salvador-compramos-zolpidem-o-remedio-da-moda-que-pode-causar-alucinacoes-e-e-prescrito-por-psiquiatra" target="_blank">Com c&acirc;mera escondida em Salvador, compramos zolpidem, o rem&eacute;dio &quot;da moda&quot; que pode causar alucina&ccedil;&otilde;es e &eacute; prescrito por psiquiatra</a>

<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" scrolling="no" src="https://www.youtube.com/embed/tDewKmDHwZM" title="Venda de Zolpidem sem receita é flagrada em farmácia | Exclusivo Aratu On" width="560"></iframe>

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Se voc&ecirc; reclama da falta de sono, saiba que isso s&oacute; tende a piorar no futuro. Um estudo publicado em abril desse ano na revista One Earth concluiu que, devido ao aquecimento global, a popula&ccedil;&atilde;o mundial corre um risco de perder entre 50 e 58 horas de sono por ano at&eacute; 2099.

O trabalho contou com a participa&ccedil;&atilde;o de 47.628 adultos em 68 pa&iacute;ses, que foram avaliados por uma m&eacute;dia de seis meses. Para chegar a esses resultados, os pesquisadores usaram pulseiras com aceler&ocirc;metros internos que mediram a dura&ccedil;&atilde;o do sono dos participantes. As informa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o do UOL.

O estudo apontou que a probabilidade de dormir menos de sete horas aumenta em 3,5% se as temperaturas m&iacute;nimas noturnas forem maiores 25&ordm;C, em compara&ccedil;&atilde;o com a temperatura inicial de 5&ordm;C a 10&ordm;C. &quot;Fornecendo escala para essa rela&ccedil;&atilde;o estimada, a exposi&ccedil;&atilde;o a temperaturas noturnas superiores a 25&deg;C, se extrapolada para uma popula&ccedil;&atilde;o equivalente de 100 mil adultos em uma &uacute;nica noite, resultaria em 4.600 indiv&iacute;duos adicionais obtendo uma noite de sono menor que 7 horas, em compara&ccedil;&atilde;o com a temperatura m&iacute;nima ideal noturna&quot;, escreveram os autores do estudo.

De acordo com os dados, noites muito quentes, acima de 30&ordm;C, reduzem o tempo de sono em cerca de 25 minutos por pessoa. Para idosos, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; ainda mais dif&iacute;cil: os resultados mostraram que esta popula&ccedil;&atilde;o perdeu o dobro da quantidade de sono por grau de aquecimento em compara&ccedil;&atilde;o com adultos jovens ou de meia-idade.

A perda de sono de 3,5% de tempo pode, inicialmente, parecer um n&uacute;mero singelo, mas isso pode aumentar. &quot;Quando os adultos n&atilde;o t&ecirc;m a quantidade recomendada de sono, eles podem ter problemas de concentra&ccedil;&atilde;o&quot;, disse Alex Agostini, professora da Universidade da Austr&aacute;lia do Sul, que n&atilde;o participou do estudo. Segundo a especialista, os efeitos a longo prazo podem incluir problemas de sa&uacute;de como doen&ccedil;as cardiovasculares e gastrointestinais.

Al&eacute;m disso, a perda de sono foi tr&ecirc;s vezes maior para idosos em &aacute;reas de baixa renda em compara&ccedil;&atilde;o com &aacute;reas de alta renda. As mulheres tamb&eacute;m foram cerca de 25% mais afetadas pelo aumento das temperaturas do que os homens.

BAHIA

Diante desse cen&aacute;rio, em que as temperaturas continuam a subir devido ao aquecimento global, Kelton Minor, doutorando no Centro de Ci&ecirc;ncia de Dados Sociais da Universidade de Copenhague e principal autor deste estudo, projetou que a perda de sono aumentar&aacute; para um ritmo mais r&aacute;pido em regi&otilde;es que j&aacute; enfrentam climas quentes - como &eacute; o caso de Salvador. O estudo chamou aten&ccedil;&atilde;o para outro dado importante: as pessoas n&atilde;o se adaptam ao calor excessivo, mesmo que estejam, teoricamente, acostumadas &agrave; exposi&ccedil;&atilde;o.

Nesse sentido, os pesquisadores mostraram que a quantidade de sono que elas tiveram no primeiro m&ecirc;s do ver&atilde;o, quando estavam menos familiarizadas com o clima, e no &uacute;ltimo m&ecirc;s do ver&atilde;o quando, teoricamente, estavam mais acostumadas com ele, praticamente n&atilde;o teve diferen&ccedil;a. Essa semelhan&ccedil;a na perda de sono indica que as pessoas n&atilde;o podem se adaptar a temperaturas mais altas nem mesmo ao longo do tempo. Al&eacute;m disso, os resultados mostraram que as pessoas n&atilde;o pareciam recuperar o sono perdido durante uma noite quente nas duas semanas ap&oacute;s um pico de temperatura.

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