Vítima de ataque com ácido na Bahia cobra justiça: ‘Minha vida parou’

Mulher foi vítima de um ataque com ácido dentro de um banheiro público há sete meses, no interior da Bahia

Por Anna Caroline Santiago.

Sete meses após sofrer um ataque com ácido em um banheiro público, Flávia Rosa de Oliveira, de 33 anos, ainda espera por justiça. O caso aconteceu no município de Serra Preta, no leste da Bahia, e até o momento, segundo a vítima, nenhuma medida foi tomada pelas autoridades locais.

Segundo o relato de Flávia ao programa Alô Juca, o ataque foi cometido por uma auxiliar de serviços gerais, identificada apenas como Danili, após uma discussão sobre o uso de um produto de limpeza.

Foto: TV Aratu

Flávia contou que pediu à funcionária para não usar o ácido enquanto ela estava no banheiro, o que gerou um desentendimento. Momentos depois, a mulher teria retornado ao local e lançado o produto em seu rosto e corpo.

 

A vítima sofreu queimaduras graves. Desde o ocorrido, Flávia relata que não recebeu nenhuma assistência da prefeitura ou de outros órgãos públicos. “Minha vida parou. Estou toda queimada, não tenho condições financeiras de nada. A prefeitura nunca veio saber como estou, e a polícia também não me procurou”, disse, emocionada.

Vítima de ataque com ácido na Bahia cobra justiça: ‘Minha vida parou’.Foto: TV Aratu

O caso foi registrado na cidade vizinha de Feira de Santana, mas a investigação ainda não teve andamento. Serra Preta não possui delegacia nem delegado titular.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Serra Preta e a Polícia Civil da Bahia, mas até o momento não houve retorno sobre o caso. 

Tentativa de homicídio com ácido

Dois homens foram condenados a 21 anos de prisão por tentar matar Viviane da Hora Sales com ácido, em 11 de agosto de 2023, em Salvador. A dupla condenada planejou o ataque após um dos envolvidos ficar inconformado com o fim do relacionamento.

O crime foi classificado como tentativa de feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e por ter sido cometido em contexto de violência doméstica e familiar. A sentença foi obtida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do promotor de Justiça Fernando Lucas Carvalho Villar de Souza. 

Segundo a denúncia, Cláudio Alves, inconformado com o fim do relacionamento e “movido por ciúme e sentimento de posse”, encomendou a morte da ex-companheira a Wesley Emanuel. O ataque seria uma forma de pagamento de uma dívida que Wesley possuía com ele.

'Feminicídio pode ser o primeiro ato de violência'

'Feminicídio pode ser o primeiro ato de violência', diz pesquisador; Bahia registrou 80 casos em 2024. Foto: Imagem Ilustrativa

É de conhecimento público que a violência contra a mulher é um dos grandes problemas do Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública em 2024, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que 1.467 mulheres foram mortas no país em razão do gênero, o maior número registrado desde a publicação da lei que tipifica o crime, em 2015.

Na Bahia, até o dia 21 de outubro, 80 feminicídios foram contabilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), apenas cinco a menos que o mesmo período em 2023.

Um dos casos recentes - e de grande repercussão - aconteceu em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul do estado, quando as irmãs Elaine e Hiane Miranda de Araújo, de 41 e 35 anos, respectivamente, foram mortas a tiros pelo ex-marido da primeira, dentro de uma loja na cidade. O alvo do ataque, inclusive, possuía medida protetiva contra o suspeito, que não teve o nome divulgado.

 

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.