Mulheres denunciam racismo ao serem barradas em bar de Salvador: 'Doloroso'

Mulheres vítimas de racismo passaram cerca de três horas tentando entrar no estabelecimento, localizado no bairro da Pituba, em Salvador

Por Anna Caroline Santiago.

Eisa Maria e Aline usaram as redes sociais para denunciar que foram vítimas de racismo no bar Pirambeira, no último sábado (20), no bairro da Pituba, em Salvador. As duas relataram que foram impedidas de entrar no estabelecimento sob a justificativa de que "não havia espaço". 

Mulheres denunciam racismo ao serem barradas em bar de Salvador. Foto: Reprodução

No início do vídeo, as jovens explicam que saíram de casa para se divertir. Elas chegaram ao bar por volta das 18h e, mesmo após três horas de espera, ainda não haviam conseguido entrar. "Durante esse período, vimos várias pessoas entrando no local com diferentes justificativas, enquanto nós não entendíamos o motivo de não sermos atendidas", desabafou Aline.

Segundo os funcionários, não havia lugar disponível, mas as amigas afirmam que viram outras pessoas, que chegaram depois delas, sendo liberadas para entrar. 

Durante a conversa com os atendentes, a recepcionista chegou a sugerir que elas entrassem apenas para verificar a ausência de mesas. No entanto, ao acessar o ambiente, as mulheres disseram que encontraram espaço, mas foram orientadas a voltar para a porta. 

Em seguida, ouviram de outra funcionária a afirmação de que elas "ainda tinham sorte de estar nesse local".

"Para mim, o que era só uma dúvida, se confirmou. É muito doloroso ser questionada do porquê de estar naquele ambiente. A gente só saiu para se divertir", lamentou.

Veja vídeo: 

Nas redes sociais o bar, que faz parte do grupo Red, proprietário do Purgatório, citado entre os 500 melhores do mundo, publicou uma nota informando que recebeu a denúncia de um possível caso de discriminação ocorrido no espaço e lamentou "que uma cliente não tenha se sentido acolhida e respeitada na casa".

O estabelecimento acrescentou que entrou em contato com as mulheres para esclarecer a situação e reforçou que o impedimento de entrada se deu por conta da lotação. "Infelizmente, por uma questão de limitação do espaço físico, nem sempre conseguimos receber a todos que gostariam de nos visitar e sentimos muito quando isso causa transtornos. Trabalhamos constantemente para melhorar esse ponto", declarou.

Nota de esclarecimento do Bar Pirambeira, após acusação de racismo. Foto: Redes sociais

Bahia lidera ranking de processos sobre racismo no país

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontou em 2024, um painel para acompanhamento de processos sobre crimes de racismo em todo o país. De acordo com dados da plataforma, há 11.620 processos em tramitação, sendo a Bahia o estado com maior número de ações em andamento, com 4,9 mil (42%), seguida pelo Paraná (767), Minas Gerais (682) e Santa Catarina (636).

O levantamento também aponta que há 74 mil pessoas negras no Judiciário, incluindo 2,4 mil magistrados e 71,6 mil servidores, sendo que os juízes negros representam 13,2% do total de magistrados e os servidores negros, 25,5%.

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