Moradores levam mais 50 corpos a praça no Rio após operação mais letal da história
'Mais de 100 execuções', diz ativista que ajudou a resgatar corpos no Complexo da Penha
Por Da redação.
Ao menos 50 corpos foram encontrados e levados por moradores para a Praça São Lucas, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, na madrugada desta quarta-feira (29). A mobilização ocorre um dia após a megaoperação mais letal já registrada no estado do Rio.
Segundo o ativista Raull Santiago, os corpos estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia. No local ocorreram intensos confrontos entre forças de segurança e traficantes.
"Todos os corpos foram descobertos, a pedido dos familiares, para que fique exposta a realidade do que está acontecendo no Complexo da Penha", diz Raull em vídeo publicado no Instagram.

"Mais de 100 execuções", acrescentou ele, citando os corpos encontrados na madrugada e os números oficiais. "Uma cena que entra para a história de terror do Brasil", completou o ativista na legenda da publicação.
Os dados oficiais contabilizaram 64 mortes até a tarde de terça-feira (28), incluindo as de quatro policiais. Outras 81 pessoas foram presas.
Mortes na Penha ainda não constam nos números oficiais
De acordo com o governo do Rio de Janeiro, 60 suspeitos foram mortos durante a operação realizada na Penha e no Complexo do Alemão. Quatro policiais também morreram. O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou nesta quarta-feira que, a princípio, os corpos levados à praça não constam no balanço oficial da ação.
As autoridades informaram que será feita uma perícia para confirmar se as novas mortes estão relacionadas à operação. Caso se confirmem, o total de óbitos pode ultrapassar 100.
Ainda conforme o g1, o objetivo de levar os corpos à praça foi facilitar o reconhecimento por familiares. Posteriormente, a Polícia Civil informou que o atendimento às famílias será realizado no prédio do Detran, ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), a partir das 8h. O acesso ao IML será restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público, responsáveis pelos exames periciais.
As necropsias sem relação com a megaoperação serão realizadas no IML de Niterói.
Outros seis corpos foram levados por moradores até o Hospital Estadual Getúlio Vargas. O veículo chegou em alta velocidade e deixou o local logo em seguida.
Ao menos seis baianos estão entre presos e mortos, após operação no Rio
Ao menos seis suspeitos baianos entre presos e mortos, foram alvos de uma operação policial realizada nesta terça-feira (28) no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Entre esses detidos estão criminosos com histórico de envolvimento com o Comando Vermelho (CV).
Um dos identificados é Júlio Souza Silva, natural de Salvador, apontado pelas forças de segurança como integrante da facção. No local onde ele foi encontrado, os policiais apreenderam um fuzil calibre 5.56 com a bandeira da Bahia estampada, além de nove motocicletas.
A circulação de integrantes da facção entre diferentes estados é frequente. Um exemplo disso foi a parceria inédita firmada em junho deste ano entre os serviços de Disque Denúncia da Bahia e do Rio de Janeiro, com o objetivo de localizar e capturar criminosos de alta periculosidade com atuação interestadual.
Até o momento, as autoridades não divulgaram os nomes dos demais baianos mortos ou presos. Em nota, a SSP-BA ressaltou que a integração entre as forças de segurança dos estados é essencial para o combate ao crime organizado.
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