Homem forja acidente de carro após matar companheira
Após forjar acidente de carro o suspeito passou a ser monitorado pela polícia e acabou preso durante o velório da companheira
Um homem de 43 anos, identificado como Alison Mesquista, forjou um acidente de trânsito após matar a companheira, Henay Amorim, de 31 anos, no último domingo (14), em Minas Gerais. Inicialmente, o suspeito alegou à polícia que a vítima conduzia o veículo e teria sofrido um mal súbito antes da colisão. A versão, no entanto, foi descartada pelas investigações.

De acordo com o laudo pericial, Henay já estava morta no momento em que o carro bateu em um ônibus. O corpo apresentava traumatismo craniano e sinais de asfixia, o que afasta a hipótese de morte provocada exclusivamente pelo impacto.
Uma série de indícios reforçou as suspeitas contra Alison. Imagens de câmeras de pedágio em Itaúna, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, contradizem o relato do homem. Os registros mostram que, pouco antes do acidente, é o passageiro quem paga a tarifa e aciona o sistema automático do veículo, enquanto Henay aparece desacordada no banco do motorista.
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Questionado por uma atendente do pedágio, Alison afirmou que a mulher teria sofrido uma queda de pressão. Ele chegou a aceitar ajuda, mas deixou o local logo em seguida e continuou a viagem.
Após a colisão, o suspeito foi levado a um hospital com fratura na clavícula, mas deixou a unidade antes de receber atendimento médico. Ele passou a ser monitorado pela polícia e acabou preso durante o velório da companheira. O casal se conhecia havia pouco mais de um ano e morava em Belo Horizonte há cerca de sete meses.
Um passageiro do micro-ônibus envolvido no acidente tentou prestar socorro à motorista e percebeu que o corpo já estava frio, reforçando a suspeita de que a vítima estava morta antes da colisão. Segundo o delegado responsável pelo caso, os indícios reunidos são consistentes e apontam que Henay já estava sem vida no momento do impacto.
'Feminicídio pode ser o primeiro ato de violência'
É de conhecimento público que a violência contra a mulher é um dos grandes problemas do Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública em 2024, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que 1.467 mulheres foram mortas no país em razão do gênero, o maior número registrado desde a publicação da lei que tipifica o crime, em 2015.
Na Bahia, até o dia 21 de outubro, 80 feminicídios foram contabilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), apenas cinco a menos que o mesmo período em 2023.
Um dos casos recentes - e de grande repercussão - aconteceu em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul do estado, quando as irmãs Elaine e Hiane Miranda de Araújo, de 41 e 35 anos, respectivamente, foram mortas a tiros pelo ex-marido da primeira, dentro de uma loja na cidade. O alvo do ataque, inclusive, possuía medida protetiva contra o suspeito, que não teve o nome divulgado.
Bahia registra 97 feminicídios entre janeiro e início de dezembro

A Bahia registrou 97 casos de feminicídio entre janeiro e 8 de dezembro de 2025, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA). O número revela a permanência da violência de gênero em diferentes regiões do estado ao longo do ano, com maior concentração de ocorrências nos meses de abril e novembro.
Salvador lidera o ranking de municípios com mais registros, totalizando dez feminicídios. Em seguida aparecem Feira de Santana, com cinco casos, e Camaçari, com quatro. Os dados reforçam que a violência contra mulheres não se restringe ao interior ou à capital, mas se distribui de forma ampla pelo território baiano.
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