Delegado da Polícia Civil destaca treinamento como pilar da nova gestão
Em entrevista ao programa Linha de Frente, o delegado-geral da Polícia Civil da Bahia faz um balanço dos primeiros 100 dias de gestão e reforça compromisso com treinamento, elucidação de crimes e fortalecimento das operações
Por João Tramm.
Há pouco mais de 100 dias à frente da Polícia Civil da Bahia, o delegado-geral André Viana concedeu entrevista ao programa Linha de Frente, na qual destacou os pilares que vêm norteando sua gestão. Com foco em resultados, ele ressaltou a importância da capacitação dos agentes, a melhoria nos índices de elucidação de crimes e a intensificação das operações policiais em todo o estado.
"O primeiro pilar da nossa gestão foi o investimento em treinamento e capacitação técnica. Em pouco mais de três meses, realizamos 43 ações formativas, entre cursos, oficinas e workshops, inclusive em áreas especializadas como análise telemática, que envolve o uso de ferramentas digitais e dados de telecomunicação para investigações", afirmou Viana.
Segundo ele, o objetivo inicial era 'ousado', de 200 agentes formados. Agora, esse número já cresceu, e a previsão é de 400 operadores especializados até o fim de 2025. “Essa qualificação técnica é fundamental para acompanhar a evolução do crime organizado e oferecer respostas rápidas e eficazes à sociedade”, disse.
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Elucidação como missão principal
O segundo eixo da gestão, segundo Viana, é a elucidação de crimes, considerada "a razão de ser" da Polícia Civil. O índice geral de elucidação, segundo ele, chegou a 79,4%, com crescimento de mais de 16% em relação ao período anterior. Agora o foco seria melhorar também este número para solução de homicídio, que ainda está abaixo. Apesar disso, o delegado fez questão de destacar o trabalho do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
“O DHPP já vinha desenvolvendo um excelente trabalho. Fizemos uma mudança estratégica e trouxemos a coordenadora regional de Juazeiro para assumir a direção do departamento. Sabemos que elucidar um crime exige tempo, técnica e inteligência, mas sei que vamos entregar respostas e refoçar a confiança da população, de que quem cometeu crime será preso”, pontuou.
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Operações e combate às facções
O delegado-geral reconheceu o desafio de acompanhar a velocidade com que atuam as facções criminosas, mas reforçou que esse é o papel essencial da polícia. Nos últimos meses, foram realizadas 180 operações e mais de 5.500 prisões.
“A operação policial é uma das formas mais visíveis de demonstrar nossa atuação. A população quer ver a polícia nas ruas. Mas além das prisões, é fundamental garantir a apreensão de recursos financeiros ligados ao crime, para desarticular de fato essas organizações”, explicou.
Sobre as decisões judiciais que libertam suspeitos após audiências de custódia, Viana reforçou o compromisso da corporação em entregar inquéritos bem fundamentados: “Não tenho controle sobre o Judiciário, mas tenho responsabilidade sobre a qualidade da investigação. Meu foco é garantir um inquérito robusto e bem instruído, o que vai dificultar que criminosos saiam impune”, finalizou.
Perfil do novo Delegado da Polícia Civil
Com um histórico de atuação no interior da Bahia e também em seu estado natal, Sergipe, o delegado relembrou sua trajetória na segurança pública. Aos 18 anos, foi o mais jovem investigador aprovado no concurso sergipano. Com 21, ingressou na Polícia Civil da Bahia, onde atuou na sua primeira cidade do estado Santa Brígida, na região norte.
André Viana também é formado no curso de Operações Especiais, onde aprendeu valores que leva para a vida e para a gestão: “Agressividade controlada, disciplina consciente, espírito de corpo, lealdade, versatilidade e iniciativa. A coragem só tem quem tem medo”, afirmou, citando ainda um lema marcante: "Sabia que era pau, então veio porque quis.”
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