Brasileira é morta com 27 facadas pelo ex-companheiro na Itália
Brasileira já possuía uma medida protetiva contra o ex-companheiro desde abril deste ano
A brasileira Jéssica Stappazzollo foi morta pelo ex-companheiro Douglas Reis Pedroso na própria residência, em Castelnuovo del Garda, região de Verona, na Itália. O crime aconteceu em 26 de outubro, e segundo a autópsia divulgada nesta sexta-feira (31), ela foi esfaqueada 27 vezes.

O corpo da vítima foi encontrado na madrugada de terça-feira (28), após Douglas contatar a polícia, confessar o crime e afirmar que pretendia tirar a própria vida. A faca usada no ataque também foi localizada no veículo do suspeito.
Jéssica possuía uma medida protetiva contra Douglas desde abril deste ano. O ex-companheiro estava sob medida cautelar e deveria usar tornozeleira eletrônica, que foi removida por ele sem que a violação fosse comunicada às autoridades.
Douglas passou por audiência nesta sexta-feira, quando teve a prisão preventiva mantida. Ele permanece detido na penitenciária de Montoro.
Esta não é a primeira prisão de Douglas por agressões contra a ex-companheira. Em abril, ele foi preso em flagrante por agredir Jéssica: jogá-la no chão, arrastá-la pelos cabelos no asfalto, desferir socos no rosto e golpeá-la repetidamente no rosto e pescoço com a chave do carro.
Além da violência contra Jéssica, Douglas já tinha histórico criminal. As autoridades o descrevem como aparente usuário excessivo de álcool e drogas. Em sua ficha constam uma condenação por se recusar a fazer o teste do bafômetro, uma investigação por violência sexual contra a irmã de Jéssica e registros por resistir e ameaçar policiais durante ocorrências anteriores.

Casos recentes de feminicídio
No dia 6 de outubro, Letícia Araújo Rodrigues, de 22 anos, Carol Ferreira Rodrigues, de 21, e Rafaela Carvalho Silva, de 15, saíram de casa informando que iriam buscar roupas na residência de um ex-namorado de Letícia, na localidade de Roçado, zona rural de Anguera. Desde então, as três não haviam sido mais vistas.
Durante o programa Alô Juca, da TV Aratu, familiares fizeram apelos emocionados por informações sobre o paradeiro das jovens. Nos dias seguintes, circularam boatos nas redes sociais de que os corpos teriam sido encontrados em uma área de mata - informação inicialmente descartada pela Polícia Civil.
Os corpos de três jovens que estavam desaparecidas desde o dia 6 de outubro foram encontrados em 14 de outubro, em Anguera, no centro-norte da Bahia. O caso, que mobilizou familiares e autoridades por mais de uma semana, segue sob investigação da Polícia Civil.
'Feminicídio pode ser o primeiro ato de violência'
É de conhecimento público que a violência contra a mulher é um dos grandes problemas do Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública em 2024, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que 1.467 mulheres foram mortas no país em razão do gênero, o maior número registrado desde a publicação da lei que tipifica o crime, em 2015.
Na Bahia, até o dia 21 de outubro, 80 feminicídios foram contabilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), apenas cinco a menos que o mesmo período em 2023.
Um dos casos recentes - e de grande repercussão - aconteceu em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul do estado, quando as irmãs Elaine e Hiane Miranda de Araújo, de 41 e 35 anos, respectivamente, foram mortas a tiros pelo ex-marido da primeira, dentro de uma loja na cidade. O alvo do ataque, inclusive, possuía medida protetiva contra o suspeito, que não teve o nome divulgado.
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