OMS inclui "canetas emagrecedoras' em diretriz para tratar obesidade
Diretrizes da OMS sobre uso de "canetas emagrecedoras" reconhece terapias com medicamentos GLP-1 para tratamento da obesidade
Por Júlia Naomi.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou sua primeira diretriz sobre o uso de terapias com "canetas emagrecedoras" para o tratamento da obesidade enquanto doença crônica. O comunicado à imprensa foi feito nesta segunda-feira (1).

O documento estabelece recomendações e condições para o uso de terapias com peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1), eficazes no combate ao sobrepeso e diabetes. Medicações a base deste princípio ativo se tornaram populares em todo o mundo após o lançamento do Ozempic.
Em setembro deste ano, a organização já havia adicionado as terapias com GLP-1 à Lista de Medicamentos Essenciais para o tratamento de diabetes tipo 2 em grupos de alto risco. A lista, criada em 1977, a lista orienta políticas de ampliação do acesso aos medicamentos, em especial em países subdesenvolvidos.
"Canetas emagrecedoras" não devem ser utilizadas como única forma de tratamento
Com as novas orientações, a OMS reconhece e recomenda as terapias com GLP-1 como parte integrante do tratamento de pessoas com obesidade. Contudo, ressalta que o medicamento, por si só, não soluciona o problema, devendo ser administrado junto à adoção de dietas saudáveis, atividades físicas regulares e acompanhamentos por profissionais de saúde.

“Embora a medicação sozinha não resolva essa crise global de saúde, as terapias com GLP-1 podem ajudar milhões de pessoas a superar a obesidade e reduzir os danos associados a ela", explica Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS.
A obesidade é uma doença crônica complexa e um dos principais fatores de risco para doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer. De acordo com a OMS, ela é associada à morte de 3,7 milhões de pessoas no mundo todo em 2024, com projeção de que este número duplique até 2030.
A OMS prevê que até 2030 o custo econômico global da obesidade atinja os US$ 3 trilhões por ano. Assim, a diretriz de tratamento pode ser útil na redução de despesas com saúde associados à doença.
As diretrizes também apontam para a necessidade de ampliar a prontidão dos sistemas de saúde para atender às necessidades globais e a acessibilidade dos medicamentos, por meio de estratégias como aquisição conjunta e preços escalonados.
De acordo com a OMS, as terapias com GLP-1 podem ser utilizadas por adultos, com exceção de gestantes, para o tratamento da obesidade. Contudo, a organização faz ressalvas sobre a existência limitada de dados sobre sua eficácia e segurança a longo prazo, manutenção e descontinuação, custos atuais, preparo inadequado do sistema de saúde e potenciais implicações em termos de equidade.
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