Conheça planta brasileira com ação anti-inflamatória recém comprovada

Pesquisa confirma ação anti-inflamatória, analgésica e antiartrítica de planta brasileira utilizada na medicina popular

Por Júlia Naomi.

Nativa do litoral, a planta brasileira periquito-da-praia é tradicionalmente utilizada, na medicina popular, para combater inflamações, infecções microbianas e doenças parasitárias. Contudo, até recentemente, havia poucas evidências científicas que comprovassem a eficácia destas aplicações.

Planta brasileira Alternanthera littoralis, conhecida como periquito-da-praia, têm ação anti-inflamatória comprovada. | Foto: Fabrício Riella / iNaturalist

Assim, pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), do Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) se dedicaram a estudar as propriedades medicinais da planta e a segurança de seu uso. 

A pesquisa, divulgada pela Agência Fapesb e publicada no Journal of Ethnopharmacology of Ethnopharmacology, confirmou os efeitos anti-inflamatório, analgésico e antiartrítico da planta, além de um perfil de segurança para uso em doses terapeuticas.

De acordo com a Arielle Cristina Arena, professora associada do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional do Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Unesp, os resultados da pesquisa reforçam o potencial medicinal da planta e constroem uma base científica sólida para pesquisas futuras, voltadas para o desenvolvimento de produtos fitoterápicos.

“Essa pesquisa integra uma linha contínua de investigação desenvolvida pela UFGD, Unesp e Unicamp e nosso propósito é valorizar a biodiversidade brasileira e o conhecimento tradicional, mas com base científica rigorosa, promovendo o uso seguro e racional de produtos naturais”, afirma Arena, à Agência Fapesp.

Planta periquito-da-praia tem efeito antiartítico confirmado. Contudo, análises toxicológicas complementares são necessárias para viabilizar recomendação de uso clínico. | Foto: Reprodução

Apesar dos resultados positivos, o estudo não possibilita recomendar o uso clínico da planta de forma imediata. É preciso realizar análises toxicológicas complementares, além de estudos clínicos e a padronização de seu extrato etanólico, a fim de garantir a segurança, eficácia e qualidade farmacotécnica. Além disso, o caminho até a aplicação terapêutica requer mais etapas regulatórias.

Planta brasileira periquito-da-praia reduz edemas

A primeira etapa do estudo foi conduzida pelo farmacêutico Marcos Salvador e envolveu os pesquisadores do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp em análises fitoquímicas da planta, cujo nome científico é Alternanthera littoralis. A equipe fez a identificação de compostos bioativos presentes no do extrato etanólico de partes aéreas do vegetal.

O segundo passo foi a avaliação da eficácia anti-inflamatória em modelos experimentais de artrite, pela equipe da farmacologista Candida Kassuya, da Faculdade de Ciências da Saúde da UFGD.

Os resultados do estudo mostram que o extrato etanólico da planta, cujo nome científico é Alternanthera littoralis, apresenta efeito anti-inflamatório significativo em animais de laboratório.

“Nos modelos experimentais, observamos redução do edema, melhora dos parâmetros articulares e modulação de mediadores inflamatórios, sugerindo uma ação antioxidante e protetora dos tecidos”, explica a professora Arielle Cristina Arena. Este resultado é promissor também para uso humano.

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