Calor do verão pode aumenta risco de AVC e médicos alertam para prevenção

Casos de AVC aumentam no verão e especialistas alertam para prevenção e atendimento rápido

Por Rosana Bomfim.

Os casos de acidente vascular cerebral (AVC) tendem a aumentar durante o verão, segundo alerta do neurocirurgião e neurorradiologista intervencionista Orlando Maia, do Hospital Quali Ipanema, no Rio de Janeiro. De acordo com o especialista, fatores comuns nessa época do ano, como calor intenso, desidratação e mudanças no estilo de vida, contribuem significativamente para elevar o risco da doença.

Calor Pode Aumentar Risco De Casos De Avc, Alerta Médico. | Foto: Pexels Willian Santos

O calor excessivo provoca uma desidratação natural do organismo, o que torna o sangue mais espesso e favorece a formação de coágulos.  “O AVC está diretamente ligado à formação de coágulos. Quando o sangue fica mais concentrado, aumenta a chance de trombose e, consequentemente, de um AVC”, disse Maia em entrevista a Agência Brasil.

Existem dois tipos principais de AVC. O hemorrágico, que corresponde a cerca de 20% dos casos, ocorre quando há o rompimento de um vaso cerebral. 

Já o AVC isquêmico, responsável pela maioria das ocorrências, é causado pela obstrução de um vaso sanguíneo por um coágulo.

Calor Pode Aumentar Risco De Casos De Avc, Alerta Médico.|  Foto:  Pexels Svet Svet

Além da desidratação, alterações na pressão arterial também contribuem para o aumento dos casos no verão. Com o calor, os vasos sanguíneos se dilatam, o que pode levar à queda da pressão arterial e favorecer arritmias cardíacas. 

“Quando o coração bate fora do ritmo, pode formar coágulos que têm grande chance de migrar para o cérebro, já que cerca de 30% do sangue bombeado pelo coração vai para essa região”, destaca o médico.

Outro fator de risco comum nessa época do ano é o relaxamento nos cuidados com a saúde durante as férias. O aumento do consumo de bebidas alcoólicas, o esquecimento de medicamentos de uso contínuo e a maior exposição a doenças típicas do verão — como gastroenterites, insolação e diarreias — também elevam a probabilidade de um AVC. 

O álcool, além de causar desidratação, aumenta o risco de arritmias cardíacas. O tabagismo é apontado como uma das principais causas externas do AVC. 

Segundo Maia, a nicotina compromete a elasticidade dos vasos sanguíneos, favorecendo tanto o AVC hemorrágico quanto o isquêmico. “O cigarro provoca inflamação nos vasos e facilita o acúmulo de placas de colesterol, além de estar associado à formação de aneurismas”, afirma.

O médico ressalta ainda que o estilo de vida moderno, aliado ao tabagismo e ao mau controle de doenças crônicas, tem feito crescer o número de casos em pessoas com menos de 45 anos. 

No Hospital Quali Ipanema, por exemplo, cerca de 30 pacientes com AVC são atendidos por mês durante o verão — o dobro do registrado em outras épocas do ano.

Considerado uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo, o AVC pode deixar sequelas graves. “Quando não mata, incapacita. É uma doença que afeta toda a família, pois exige cuidados constantes. Muitas pessoas ficam com dificuldade para andar, falar, enxergar ou se alimentar sozinhas”, explica Maia.

Apesar da gravidade, o especialista reforça que o AVC pode ser prevenido. Hábitos de vida saudáveis, como praticar atividade física regularmente, manter uma alimentação equilibrada, controlar a pressão arterial, usar corretamente os medicamentos.

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