Bebês brasileiros nascem imunizados contra a Covid-19; entenda como isso aconteceu
Uma notícia que trouxe alegria para duas famílias e esperança para todos os brasileiros, especialmente as grávidas. Os bebês Enrico e Antonella, de um mês e três meses, respectivamente, nasceram com anticorpos contra a Covid-19.
Uma notícia que trouxe alegria para duas famílias e esperança para todos os brasileiros, especialmente as grávidas. Os bebês Enrico e Antonella, de um mês e três meses, respectivamente, nasceram com anticorpos contra a Covid-19.
Enrico nasceu dia 9 de abril na cidade de Tubarão, em Santa Catarina. A mãe, Talita Menegali, é médica, trabalha em um posto de saúde e, portanto, teve direito à vacina. Também professora universitária, ela nunca teve dúvidas de que receberia o imunizante, quando pudesse. "Desde agosto, quando descobri, eu falei que ia tomar a vacina. Não tive medo nenhum, porque, no caso da CoronaVac, que é o vírus inativado, é como se fosse tomar a vacina do tétano, que a gestante pode tomar", explicou em entrevista ao Fantástico.
Para o pai do bebê, o advogado Murilo Izidoro, a esposa foi muito corajosa. "Ela sempre teve tanta certeza que nem questionei", contou.
Enrico é o primeiro caso conhecido no Brasil de transferência da imunidade da grávida para o bebê depois da vacina CoronaVac. Talita, inclusive, usou a própria experiência para publicar um artigo científico. "A gente pensou assim: 'fazendo a vacinação, vamos fazer o teste no Enrico, para a ciência', e aí a gente realizou um relato de caso, junto com outros pesquisadores".
Um outro caso de transferência de anticorpos da mãe para o bebê, após vacina, ocorreu nos Estados Unidos, após aplicação da vacina da Moderna, não disponível no Brasil. Outros 88 registros de transferência placentária se deram após as mães contraírem a Covid-19, como aconteceu com a pequena Antonella, nascida em fevereiro, em Cruzeiro do Sul, no Acre.
A mãe da pequena, a empreendedora Joyce Ramires, contraiu o coronavírus no oitavo mês de gestação e apresentou sintomas leves. "No resultado do meu exame, estava lá que eu contraí o vírus, estava imune, estava com anticorpos bem reagentes. E, para a nossa surpresa, quando eu fiz o exame dela, estava lá o resultado que a Antonella já estava imune também", revelou, também em entrevista ao Fantástico.
Os dois bebês serão acompanhados, com repetição de exames dentro de alguns meses, para conferir a imunidade contra a doença. Os pais de Enrico, inclusive, criarm um Instagram para acompanhar o desenvolvimento do filho. Clique aqui para ver.
EM TEMPO
No último dia 11 de maio, o Ministério da Saúde decidiu que a vacinação de grávidas e de puérperas no Brasil contra a Covid-19 será restrita somente às mulheres com comorbidades (doenças preexistentes) e elas devem receber apenas as vacinas CoronaVac e Pfizer.
A vacina AstraZeneca foi vetada para este grupo, porque o Ministério analisa um caso raro de morte de uma gestante de 35 anos em decorrência de um AVC hemorrágico que pode ter ligação com o uso desse imunizante. Mas ainda não está comprovado que a vacinação tenha causado a complicação.
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