Aos 91 anos, ex-juiz "Lalau" morre em São Paulo com suspeita da Covid-19
Aos 91 anos, ex-juiz "Lalau" morre em São Paulo com suspeita da Covid-19
O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como "Lalau", morreu, neste domingo (31/5), aos 91 anos. Ele estava internado com quadro de pneumonia e com suspeita de Covid-19 no Hospital São Luiz Morumbi, na cidade de São Paulo.
A morte foi confirmada ao site Uol por pessoas próximas ao ex-magistrado. Ele foi condenado por corrupção e outros crimes por sua participação no esquema de superfaturamento da construção da sede do Fórum Trabalhista de São Paulo, no final dos anos 1990.
De acordo com a publicação, o ex-magistrado foi diagnosticado por médicos com a doença provocada pelo novo coronavírus, quando deu entrada em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, no último dia 12 de maio; ele sentia falta de ar. Porém, ainda não saíram os resultados dos exames que podem confirmar se ele estava mesmo com Covid-19.
DESVIO
O ex-juiz ficou conhecido nacionalmente quando veio à tona, em 1998, o escândalo de superfaturamento na construção da sede do Fórum Trabalhista de São Paulo. As investigações detectaram um desvio de R$ 169 milhões na obra. Nicolau dos Santos Neto, que presidia o TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região), foi o principal acusado no escândalo.
O Ministério Público passou a investigá-lo após um ex-genro denunciar que ele acumulava patrimônio incompatível com os rendimentos de um magistrado, inclusive uma casa luxuosa no Guarujá, um apartamento em Miami (EUA) e US$ 4 milhões na Suíça —todos esses bens foram confiscados pela Justiça.
"Lalau" foi condenado, em 2006, a 26 anos e seis meses de prisão pelos crimes de desvio de verbas, estelionato e corrupção. Nicolau cumpriu a maior parte da pena em regime domiciliar, mas foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé (SP) em março de 2013. Em junho do ano seguinte, ele deixou a unidade prisional, pois havia recebido indulto pleno, concedido aos presos com mais de 60 anos com problemas de saúde e que já haviam cumprido mais de um terço da pena. Em fevereiro de 2015, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) cassou a aposentadoria do ex-magistrado.
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