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O presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores, nesta segunda-feira (28/12), que a compra da vacina de Covid-19 deve ser feita após os "vendedores" o procurarem. Ele alegou que, diante de um mercado consumidor "enorme" no país, os laboratórios é que deveriam estar interessados em pedir a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os imunizantes poderem ser usados aqui.
"O Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?", indagou o chefe de Estado ao grupo que o esperava no Palácio da Alvorada, em Brasília, segundo o Estadão.
O presidente não levou em conta a alta procura, visto que diversos países já começaram a vacinação. "Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Não, quem quer vender (que tem). Se sou vendedor, eu quero apresentar", insistiu.
O Ministério da Saúde tem acordos para a compra da vacina da AstraZeneca e participa do consórcio Covax Facility, tendo prioridade para adquirir o imunizante aprovado pelo grupo. Há, ainda, um pré-acordo com a Pfizer e o Instituto Butantã espera distribuir no país a Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. Nenhuma delas, no entanto, tem aval da Anvisa para começar a ser distribuída.
Bolsonaro também reafirmou que não tomará vacina, por estar imunizado depois de ter contraído o vírus, apesar dos casos de reinfecção já relatados pelo Ministério da Saúde. "Agora, quem já foi contaminado, como eu, tem que tomar de novo?", questionou o presidente.
Apesar das ressalvas feitas às vacinas, Bolsonaro disse que "o cheque de R$ 20 bilhões" para a compra dos imunizantes já foi assinado por ele. "Tem muita gente de olho nesse dinheiro. Impressionante como uma ou outra pessoa que a gente conhece, não vou dizer o nome aqui, jamais se preocuparia com a vida do próximo. A preocupação é outra. Não vou falar qual que é", emendou.
Bolsonaro repetiu que não está preocupado com o início da campanha de vacinação no País, pois o processo depende da Anvisa. "Se eu vou na Anvisa, que é um órgão de Estado, e digo 'corre aí' , vão falar que estou interferindo", completou o presidente. Na semana passada, ele havia afirmado "não dar bola" para as pressões.
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Fonte: Da redação