Sem estipular datas, plano de imunização é apresentado; "não haverá discriminação de Estado", garante ministro
Sem estipular datas, plano de imunização é apresentado; "não haverá discriminação de Estado", garante ministro
Após exigência do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que o Ministério da Saúde apresentasse o plano de vacinação contra o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua equipe detalharam, na manhã desta quarta-feira (16/12), alguns pontos da imunização em massa que será realizada no país. No entanto, o Governo Federal não apresentou um cronograma de vacinação.
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De acordo com o Governo Federal, o Brasil tem hoje 38 mil salas de vacinação, podendo chegar a 50 mil postos durante o período de campanha. Os profissionais da saúde, por estarem na linha de frente do combate à pandemia, terão prioridade na imunização.
Na ocasião, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que todos os Estados receberão as vacinas, a partir do momento que tiver a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) -, de forma igualitária, "sem distinção".
"Todas as vacinas produzidas pelo Brasil terão a prioridade do SUS. Não haverá nenhuma discriminação de estado. Todos os estados, todos os brasileiros vão receber as vacinas grátis, registradas e garantidas com segurança e eficácia. Não podemos brincar com a saúde dos brasileiros. Apesar do país ser desse tamanho, temos todas as logísticas. Onde está o quê da imunização? Está no cronograma. Não vejo nada de errado no que está acontecendo. Nós temos capacidade de superar desafios. Quando nos estabilizarmos o país com nossa vacinal, o antiviral adequado, vamos sair mais fortes. Nós, brasileiros, vamos ganhar essa guerra. Somos todos, uma só nação", ressaltou.
DIVISÃO
O plano está dividido em dez eixos, que incluem descrições sobre a população-alvo para a vacinação; sobre as vacinas já adquiridas pelo governo e as que estão em processo de pesquisa; a operacionalização da imunização; o esquema logístico de distribuição das vacinas pelo país; e as estratégias de comunicação para uma campanha nacional.
GRUPOS
O Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 prevê quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas, o que vai demandar 108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas, uma vez que cada pessoa deve tomar duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção.
O primeiro grupo prioritário, a ser vacinado na fase 1, é formado por trabalhadores da saúde (5,88 milhões), pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos (3,48 milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil). A fase 2 é formada por pessoas de 70 a 74 anos (5,17 milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões).
Na fase 3, a previsão é vacinar 12,66 milhões de pessoas acima dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a 40).
Na fase 4, deverão ser vacinados professores do nível básico ao superior (2,34 milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do sistema prisional (144 mil). O Ministério da Saúde pondera, no documento, que os grupos previstos ainda são preliminares e poderão ser alterados.
VACINA
Segundo o plano, o Governo Federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por meio de três acordos: Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses até julho de 2020 e mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre); Covax Facility (42,5 milhões de doses); Pfizer (70 milhões de doses ainda em negociação).
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