Saúde

Cientistas pedem, em carta, que jovens retomem vida normal e apostam na tática da "imunização forçada"

Cientistas pedem, em carta, que jovens retomem vida normal e apostam na tática da "imunização forçada"

Por Da Redação

Cientistas pedem, em carta, que jovens retomem vida normal e apostam na tática da "imunização forçada" ilustrativa/Pexels

Mais de 6.400 cientistas e médicos assinaram uma carta aberta pedindo que os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos estimulem a imunidade de rebanho: a tática consiste em deixar que todos se contaminem de uma vez e, com isso, a humanidade consiga, por si própria, criar anticorpos para combater o coronavírus. Como esse método pode causar muitas mortes, ele vinha sendo negado no inicío da pandemia, mas aqueles que assinaram o documento preferem essa estratégia ao que eles chamam de “proteção forçada”.


A ideia do grupo é isolar completamente os idosos e doentes, permitindo a circulação apenas dos jovens acima de 18 anos, que iriam espalhar o novo coronavírus e elevar a imunidade na população. O texto foi coordenado por professores de medicina da Universidade de Harvard (EUA), Martin Kulldorff, e Stanford (EUA), Jay Bhattacharya, e pela epidemiologista da Universidade Oxford (Reino Unido), Sunetra Gupta. As iformações foram divulgadas na Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (7/10)


Eles alegam que o confinamento produz “efeitos devastadores” na saúde física e mental dos indivíduos e na saúde pública de curto e longo prazo. “Manter essas medidas [de bloqueio] em vigor até que uma vacina esteja disponível causará danos irreparáveis, com os desprivilegiados desproporcionalmente prejudicados", reclamam, no documento.


Um dos efeitos do isolamento seria a queda na taxa de vacinação infantil, já notada no Brasil. Esse e outros parâmetros poderiam levar a um maior excesso de mortalidade nos próximos anos, com os mais pobres e mais jovens carregando o fardo mais pesado. “Manter os alunos fora da escola é uma grave injustiça”, diz o texto.


Os pesquisadores dizem que o conhecimento sobre o novo coronavírus avançou, e hoje já se sabe que a vulnerabilidade à morte por Covid-19 “é mais de mil vezes maior em idosos e enfermos do que em jovens”. “Na verdade, para as crianças, Covid-19 é menos perigoso do que muitos outros danos, incluindo a gripe”, afirma a petição.


A Organização Mundial da Saúde estima que, para uma imunidade de rebanho, cerca de 60% e 70% da população teriam ser infectados pelo novo coronavírus, bem acima dos 10% que já contraíram a doença, segundo os dados da unidade e causando morte de um milhão de pessoas. Complicações de longo prazo provocadas pela  própria Covid-19 não são mencionadas pela carta, batizada de Declaração do Grande Barrington, em referência à cidade em que foi escrita, no estado de Massachusetts (EUA).


Os autores sugerem que escolas e universidades devem adotar ensino presencial e retomar atividades extracurriculares, como esportes. “Os jovens adultos de baixo risco devem trabalhar normalmente, e não em casa. Restaurantes e lojas devem ficar abertos. Artes, música, jogos e outras atividades públicas devem ser retomadas”, escrevem.


VULNERÁVEIS


Os idosos, por outro lado, devem continuar isolados. A carta cita que funcionários de casas de repouso devam ser testados para garantir que estejam imunes ao Sars-Cov-2  frequentemente e que todos os visitantes devem ser testados. Alimentos, medicamentos e outros itens essenciais deverão ser entregues diretamente para a população com mais de 60 anos em embalagens higienizadas, sem que eles não deixem suas casas.


Quando possível, idosos devem encontrar os membros da família ao ar livre, e não dentro de sua casa, sugerem os cientistas. Lavar as mãos e ficar em casa quando se está doente seguem como medidas para qualquer idade.


Publicado em inglês, alemão, espanhol, português e sueco, o documento é coassinado por professores e cientistas de dezenas de universidades do mundo, entre elas as britânicas de Londres, Cambridge, Leicester, Edimburgo, York e Glasgow (Reino Unido), Yale (EUA), de Mainz (Alemanha), Tel-Aviv (Israel), Canterbury e Auckland (Nova Zelândia), Queens (Canadá), Instituto Karolinska (Suécia) e o Instituto Estatístico da Ìndia, e já recebeu apoio de mais de 57 mil pessoas.


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