Aleluia diz que próximas eleições terão 'efeito Bolsonaro' e questiona cassação: 'perde a democracia'
Para Alexandre Aleluia (PL), bolsonarismo continua "muito vivo" e terá papel importante em 2024 e 2026
Em entrevista ao Linha de Frente, o vereador Alexandre Aleluia (PL) aceitou a definição dada pelo apresentador Pablo Reis sobre ele: "liberal na economia, mas conservador nos costumes".
Foi alegando conservadorismo, inclusive, que Aleluia respondeu se continuava bolsonarista, tendo em vista os últimos acontecimentos em torno do ex-presidente. "Na minha visão, o bolsonarismo é um movimento político. Na minha primeira eleição (em 2016), fui candidato conservador... Bolsonaro era parlamentar, ainda. Deixo bem claro as minhas posições, que são bem parecidas com as do presidente", disse.
Para ele, o bolsonarismo continua "muito vivo", independentemente de cassação ou condenação, e tem o antigo chefe do executivo como maior liderança.
Amigo de Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, Aleluia conta que não conversou com o deputado ainda, após o pai ter se tornado inelegível. "Eu enxergo que a condenação foi algo muito complicado, abuso de poder político", afirma.
"Não quero aqui criticar decisão judicial, mas a gente pode fazer uma elucubração pro futuro. [...] É muito tênue e vago cassar o maior líder do movimento conservador do espectro da direita do Brasil. Quem perde mais com isso é a própria democracia", acrescenta.
Ainda com o ex-presidente em pauta, Aleluia disse não ter dúvida de que a eleição municipal de 2024 terá o "efeito Bolsonaro". "O pessoal do marketing fala muito disso, da jornada do herói - a pessoa perseguida, que é ostracizada e depois retorna à vida pública como alguém que merece atenção -, [como] Jesus Cristo, tem nos filmes...", pontua. "Na próxima eleição, ou em 2026, ele virá à tona como um agente político, no mínimo, interessante".
SALVADOR COM MENOS HABITANTES
Em outro momento da entrevista, Pablo Reis quis saber ao que o vereador atribuía o fato de Salvador ter sido a capital que mais diminuiu seu número de habitantes, de acordo com o último Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2022. Para Alexandre Aleluia, a capital baiana tem "vocações". É uma "cidade privilegiada", no que diz respeito à beleza, e tem o setor do entretenimento. Porém, sem segurança, isso é prejudicado. "A gente precisa de segurança jurídica no setor imobiliário. Precisa ter um IPTU interessante em relação ao comércio", destaca.
Além disso, o vereador considera também efeitos do teletrabalho: "Hoje, o que está acontecendo no mundo, e acelerado pela pandemia, é que as pessoas estão podendo trabalhar de qualquer lugar. Está acontecendo na cidade de São Francisco (Califórnia, Estados Unidos)... está esvaziando as cidades. [...] Na minha visão, Salvador tem que entrar em setores de inovação e tem que ficar interessante pra morar; [...] se a cidade não entrar na competição e virar um bom lugar pra fazer negócio, vai realmente decair".
Aleluia afirmou, ainda, que não tem certeza quanto aos resultados apresentados pelo Censo. "A gente tem dúvida de como o Censo foi feito, [pois] a gente sabe que tem lugares na cidade que têm um acesso complicado. Mas é inegável que existe uma tendência - não só de Salvador - de esvaziamento das grandes cidades. Elas têm que se inovar pra trazer gente pra morar e fazer negócio. Salvador não pode ficar pra trás nisso", concluiu.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!