Presidente da AL-BA admite medo dos deputados em apreciar caso Binho Galinha no Conselho de Ética
Binho Galinha é réu na operação El Patron, que resultou em 15 denunciados. O deputado Binho Galinha é apontado como o chefe do grupo criminoso investigado
Presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD) admitiu que os deputados estaduais relatam a ele medo de avançar, no âmbito do Conselho de Ética, sobre o caso do deputado Binho Galinha (PRD), acusado de chefiar organização miliciana em Feira de Santana.
O parlamentar é réu na Justiça após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) apontá-lo como chefe do grupo criminoso investigado no âmbito da Operação El Patrón, comandada, além do MP, pela Polícia Militar e Secretaria de Segurança Pública.
Deputado Binho Galinha é alvo de operação que combate jogo do bicho e agiotagem
Para Menezes, os membros do Legislativo baiano são "reféns" da situação. "A questão é o receio pela gravidade do problema. Medo", destacou.
Atualmente, o caso está parado no Conselho de Ética da Casa. Para o chefe do Legistativo baiano, as leis promovidas pelo Congresso Nacional contribuem para isto. "No intuito de preservar a imunidade parlamentar, o Congresso bota tudo no mesmo bojo. Por que não muda?", questionou.
Na visão do presidente, em casos de investigações de crimes mais graves, não deveria haver imunidade parlamentar, como é o caso de Binho Galinha - por conta disto, há mais dificuldades para prendê-lo.
"Se três juizes já 'correram' de julgar o caso, como é que a gente vai entrar num negócio desse, entrando no interior? Daqui a pouco ele está matando... E aí? Como é que vai ficar? Eles têm medo. Ponto. Resumo. Esperam a Justiça agir... e eu não tiro a razão deles", ponderou Menezes, que em seguida questionou: "Quer ser herói num país como esse? Com 'nego' matando ser humano como se fosse barata?', acrescentou.
Para Menezes, os membros do Legislativo baiano são "reféns" da situação. "A questão é o receio pela gravidade do problema. Medo", destacou.
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— Aratu On (@aratuonline) December 3, 2024
Binho Galinha é alvo da El Patrón
A operação que eclodiu no ano passado pôs Binho Galinha e familiares no cento do suposto esquema. A investigação aponta que a Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.
Até o setembro, a El Patrón efetuou 10 mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.
Pessoas que possuem relação com Binho Galinha foram presas em fases e desdobramentos da “El Patrón”, a exemplo da esposa dele, Mayana Cerqueira da Silva, o filho do casal, João Guilherme Cerqueira, e o assessor parlamentar Bruno Borges França.
No dia 21 de agosto, outra pessoa foi presa pela PF, em Feira de Santana. O detido, que estava foragido desde a primeira fase da operação, deflagrada em 7 de dezembro do ano passado, é suspeito de atuar como operador financeiro do grupo. Ele é acusado de movimentar grandes quantias em sua conta bancária, com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos valores e criar uma falsa desconexão das atividades criminosas. Em uma década, o grupo teria movimentado R$ 100 milhões, sustenta o Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Até o momento, 15 pessoas foram denunciadas pela Justiça na 'El Patrón'. Confira abaixo:
1. Kléber Cristian Escolano de Almeida (Binho Galinha);
2. Thierre Figueiredo Silva;
3. Nilma Carvalho Pereira;
4. Ruan Pablo Pereira Carvalho;
5. Alexandre Pereira dos Santos;
6. Washington Martins Silva;
7. Mayana Cerqueira da Silva;
8. João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano;
9. Jorge Vinícius de Souza Santana Piano;
10. Jackson Macedo Araújo Júnior;
11. Vagney dos Santos Aquino;
12. Josenilson Souza da Conceição;
13. Roque de Jesus Carvalho;
14. Bruno Borges França;
15. Kleber Herculano de Jesus
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