Política

Delegado da PF diz que atividades de milícia ligada a Binho Galinha são mais complexas do que a de facções

O delegado também confirmou a atuação de milícias no esquema e afirmou que há envolvimento de agentes públicos, servidores do sistema de segurança pública e políticos

Por Da Redação

Delegado da PF diz que atividades de milícia ligada a Binho Galinha são mais complexas do que a de facçõesAscom SSP/MP

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (26), a Operação Patrocínio Indigno, que resultou em três mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão domiciliar e cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Feira de Santana e Serrinha.


Durante coletiva de imprensa, o delegado da PF, Geraldo Sérgio Silva de Almeida, e o superintendente adjunto da Receita Federal do Brasil na 5ª Região Fiscal, Ricardo Machado, detalharam a ação. 


Feira: Advogado é preso em desdobramento de operação contra deputado e grupo miliciano


As investigações, que tiveram início após a deflagração da Operação El Patrón, em 2023, revelaram que o deputado Binho Galinha (Patriota), o advogado dele e a esposa, Mayana Cerqueira da Silva, destruíram provas digitais relacionadas a crimes cometidos pela organização criminosa que o parlamentar chefiava.


Pessoas ligadas a Binho Galinha foram presas em fases e desdobramentos da El Patrón, como a da esposa dele, o filho do casal, João Guilherme Cerqueira, e o assessor parlamentar Bruno Borges França.


Geraldo Sérgio destacou a gravidade do prejuízo causado pela destruição das provas:


"É de fato um enorme prejuízo para as investigações, tendo em vista que esse foi um dos casos descobertos. Não sabemos se esses investigados já adotaram outras providências para esconder e destruir outras provas. [...] A gravidade é, de fato, imensurável no momento, mas podemos afirmar que houve, sim, um prejuízo para as investigações, tendo em vista que são provas que poderiam indicar novos investigados e novos fatos criminosos até então desconhecidos das investigações".


O delegado também confirmou a atuação de milícias no esquema e afirmou que há envolvimento de agentes públicos, servidores do sistema de segurança pública e políticos. "A atividade de milícia está em um nível de complexidade muito maior do que simplesmente facções ou o crime organizado. São atividades que muitas vezes são travestidas de legais, mas por trás há todo um sistema ilícito envolvido", disse.


Em relação aos mandados cumpridos, Geraldo explicou que o policial militar envolvido, que já estava preso, recebeu um novo mandado de prisão. "As investigações apontaram a participação dele", afirmou. O advogado foi preso em casa, em Feira de Santana, e também teve o escritório alvo de busca e apreensão, com a presença de um representante da OAB. Além disso, foi cumprido um mandado de busca na residência de outro investigado, que ainda não foi encontrado.


Geraldo também antecipou as possíveis penas para os condenados. "Nesta investigação da operação Patrocínio Indigno, os investigados estão sendo investigados por organização criminosa, cuja pena máxima é de oito anos. Um crime gravíssimo, tendo em vista que foi praticado com o intuito de beneficiar uma organização criminosa do tipo milícia integrada com diversos agentes públicos, o que demonstra tentáculos com órgãos estatais", declarou.


Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Feira de Santana.


Em uma década, o grupo criminoso teria movimentado R$ 100 milhões, de acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA).


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