Prefeitura é criticada por renovar com aterro sanitário sem debate público

A Prefeitura de Salvador tem sido alvo de críticas da oposição após a renovação, por mais duas décadas, do contrato de concessão do aterro sanitário localizado na região da CIA-Aeroporto. A decisão, tomada sem debate público ou consulta à população, ocorre em meio a graves denúncias de irregularidades ambientais e descumprimento de obrigações legais por parte da empresa responsável pela operação.

Imagens recentes compartilhadas nas redes sociais escancaram o estado precário do aterro, acompanhadas de denúncias sobre riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Mesmo diante desse cenário, o Executivo municipal optou por manter o vínculo com uma empresa já citada em investigações anteriores. A ausência de transparência no processo tem gerado indignação entre especialistas, moradores e representantes da sociedade civil.

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Suspeitas de favorecimento

A gestão da limpeza urbana em Salvador tem sido marcada por sucessivos episódios de suspeitas e denúncias. Um dos casos mais emblemáticos envolve o empresário José Marcos de Moura, apelidado de “Rei do Lixo da Bahia”, preso na Operação Overclean, acusado de liderar um esquema bilionário de corrupção com contratos milionários com a prefeitura.

"A questão do lixo em Salvador, da coleta e do aterro sempre teve envolvida em nebulosidade. E não deve ser coincidência que o Rei do Lixo, envolvido em tanta corrupção,  mantinha forte proximidade com o prefeito de Salvador e com vice‑presidente do partido que ele faz parte, o ex- prefeito ACM Neto", afirmou a vereadora Marta Rodrigues (PT). 

A falta de uma consulta pública, de audiências e de divulgação clara do processo licitatório levanta suspeitas sobre os reais motivos da renovação. Também há questionamentos sobre o motivo de um contrato de tamanha relevância para a saúde pública e o meio ambiente ter sido estendido sem qualquer debate ou transparência.