Novo presidente do IBGE diz que "está preparado para realizar censo este ano"
"Precisamos, contudo, aguardar se o orçamento de R$ 2 bilhões será recomposto, seja por via judicial ou pelo Congresso, para que todo o planejamento da operação censitária seja executado", explicou.
O novo presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, tomou posse no cargo nesta sexta-feira (30/4). Durante a entrevista coletiva online, ele disse que o projeto do Censo Demográfico 2021 está pronto e ainda pode ser realizado ano, dependendo apenas da liberação dos recursos orçamentários.
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"Estamos preparados tecnicamente para a realização do Censo neste ano. Há um clamor social para que ele ocorra. Precisamos, contudo, aguardar se o orçamento de R$ 2 bilhões será recomposto, seja por via judicial ou pelo Congresso, para que todo o planejamento da operação censitária seja executado", explicou Rios Neto.
Na última quarta-feira (28/4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello determinou, em decisão liminar, a realização do Censo. Isso ocorreu depois que o Orçamento foi sancionado pelo governo com corte de mais de 90% dos recursos. O orçamento de R$ 2 bilhões foi reduzido para R$ 53 milhões, o que inviabiliza a operação.
Ele ainda não descarta a possibilidade de o Censo de 2021 ficar pronto apenas em 2022, dado que o cronograma original de preparação já sofreu adiamentos em etapas que não puderam ser concluídas sem a definição da verba esperada. A coleta dos dados iria começar em 1º de agosto. "No atual momento, isso significa contemplar o adiamento do início da coleta para setembro ou outubro, em decisão a ser tomada oportunamente pela Comissão de Planejamento e Organização Geral dos Censos (CPO)", afirmou.
Embora não haja consenso, e alguns defendam o adiamento do Censo para 2022 por razões sanitárias, Rios Neto disse acreditar na viabilidade da operação em 2021. "O que me preocupa é a continuidade do processo censitário. Cabe, também, avaliar a conveniência de se alterar a data de início da coleta para o primeiro semestre de 2022. Em suma, estou pronto para liderar o processo, mesmo diante destas incertezas", afirmou Rios Neto.
"A mim, como presidente do IBGE, caberá lutar pela realização do Censo e manter a periodicidade e qualidade dos demais produtos gerados pela instituição. Envidarei todos os esforços cooperativos junto ao Poder Executivo, na Junta de Execução Orçamentária, e, também, junto ao Congresso Nacional, a fim de viabilizar essa operação", continuou.
CONCURSO
Os processos seletivos para contratação temporária de 204 mil recenseadores e agentes censitários continuam suspensos, também aguardando uma definição sobre o orçamento. Em relação àqueles que já trabalham para o órgão, os profissionais aguardam vacinação, visto que irão se expor ao realizar o censo. "Foi solicitado ao governo a inclusão dos recenseadores e agentes censitários em algum grupo especial para a vacinação. Mas, independentemente da vacinação, esses profissionais farão uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e serão treinados com um protocolo de abordagem que segue parâmetros internacionais", disse o presidente.
Nomeado na última terça-feira (2/47), Eduardo Rios Neto já atuava no IBGE como diretor de Pesquisas desde maio de 2019. Ele assumiu a presidência do Instituto no lugar de Susana Cordeiro Guerra, que pediu exoneração do cargo no fim de março.
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