Nova gestão de Trump gera impactos na política e economia brasileiras
A desvalorização do real em relação ao dólar deve se intensificar
Fonte: Bruna Castelo Branco
A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos deve gerar oportunidades para o setor agrícola do Brasil. Contudo, a desvalorização do real em relação ao dólar deve se intensificar devido às políticas protecionistas anunciadas pelo republicano, que pretendem se repetir - e intensificar - em sua segunda administração.
No contexto da disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, Trump planeja limitar as importações do país asiático. Neste contexto, a competitividade do Brasil no mercado norte-americano pode ser ampliada, impulsionando as exportações de commodities e produtos agrícolas.
Os analistas, segundo apurou o portal Metrópoles, explicam que o cenário de tensão no comércio global pode gerar efeitos mistos no Brasil. “Enquanto o aumento de tarifas sobre produtos chineses pode criar oportunidades para o agronegócio brasileiro, um dólar fortalecido e a desvalorização do real tendem a pressionar a inflação e os custos das importações”, disse Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
Cada nação precisa implementar políticas fiscais e cambiais robustas para salvaguardar a sua economia. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que sempre leva em conta o contexto externo em suas decisões, se reunirá na semana que vem para estabelecer o nível da taxa básica de juros, a Selic.
Em 2024, na última reunião, surgiram sinais claros de pelo menos duas novas elevações de 1 ponto percentual na taxa.
Questão do dólar
Foto: Ilustração
Há alguns meses, o dólar vem apresentando uma trajetória ascendente no Brasil, ultrapassando a barreira dos R$ 6. De acordo com o Metrópoles, o economista José Alfaix, da Rio Bravo, explicou que a valorização do dólar em relação ao real é principalmente motivada pelas expectativas de juros mais altos na administração Trump, particularmente pelo lado fiscal expansionista de seu governo, com os audaciosos cortes de impostos.
“O plano de Trump tem um viés bastante inflacionário, que deve ser combatido com maiores taxas de juros, aumentando a atratividade do dólar e dos ativos norte-americanos frente aos pares emergentes. As políticas protecionistas, a expulsão dos imigrantes ilegais e os cortes significativos de impostos são medidas que devem trazer maiores pressões nos preços ao longo do mandato”, acrescentou o economista.
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