Erika Hilton denuncia transfobia em processo de visto nos EUA

Erika Hilton teve identidade de gênero desconsiderada e cancelou participação em uma conferência acadêmica nos EUA

Por Da Redação.

A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) afirma ter sido alvo de transfobia por parte da embaixada dos Estados Unidos no Brasil durante o processo de emissão de um visto diplomático. Segundo o parlamentar, sua identidade de gênero foi desconsiderada, o que levou a cancelar sua participação em uma conferência acadêmica nos Estados Unidos (EUA). O caso gerou repercussão diplomática e política.

Deputada Erika Hilton | Foto: Ag. Brasil

De acordo com a assessoria de Hilton, a embaixada norte-americana em Brasília registrou a deputada com o sexo masculino, apesar de sua documentação oficial brasileira, como passaporte e certidão de nascimento, indicando o gênero feminino. Ela participou da Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, em missão oficial autorizada pela Câmara dos Deputados, e estava escalando para palestrar no painel “Diversidade e Democracia”, no dia 12 de abril.

A deputada considerou o caso uma violação diplomática e protocolou um ofício ao Ministério das Relações Exteriores solicitando uma reunião com o ministro Mauro Vieira. Segundo sua equipe, o Itamaraty disponibiliza a possibilidade de agendar o encontro. Hilton também articula uma ação jurídica internacional contra o governo dos Estados Unidos.

"A transfobia de estado, quando praticada nos Estados Unidos, ainda pede uma resposta das autoridades do poder judiciário americano. Mas, quando invade um outro país, pede também uma resposta diplomática, uma resposta do Itamaraty", declarou a deputada.

Erika Hilton | Foto: Lula Marques/Ag. Brasil

Ela também relaciona o episódio a uma direção recente da atual administração norte-americana. “É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, afirmou.

Segundo Erika Hilton, o episódio contrasta com uma experiência anterior: em 2023, a mesma emissão emitida vista à deputada respeitando sua identidade de gênero. Para ela, a mudança reflete a política adotada a partir de janeiro de 2025, com a entrada em vigor de um decreto assinado pelo presidente Donald Trump, que restringe o reconhecimento de pessoas trans.

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"É muito grave o que os Estados Unidos fizeram com as pessoas trans que vivem naquele país e quem lá ingressa. É uma política higienista e desumana que além de atingir as pessoas trans também desrespeita a soberania do governo brasileiro em emitir documentos que devem ser respeitados pela comunidade internacional", criticou.

Procurada, a Embaixada dos Estados Unidos declarou, por meio de nota, que os registros de visto são provisórios e que não comentam casos individuais. A nota também reiterou que o país autoriza apenas os sexos masculino e feminino, conforme diretriz do governo federal.

"A embaixada dos Estados Unidos informa que os registros de visto são previstos conforme a lei americana e, por política, não comentamos casos individuais. Ressaltamos também que, de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA considerar dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis ​​desde o nascimento."

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