'Careca do INSS': Antunes prestará depoimento à CPMI na próxima segunda

O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, prestará depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta segunda-feira, às 16h. Antunes foi preso pela Polícia Federal na última sexta-feira (12), no âmbito da Operação Cambota, que investiga um esquema de descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, e é um desdobramento da Operação Sem Desconto, que investiga uma das maiores fraudes já descobertas contra a seguridade social brasileira. Além de Antunes, o empresário Maurício Camisotti, também convocado pela comissão, foi preso durante a ação da PF.

Em resposta à prisão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que pedirá ao STF a liberação de Antunes para que ele possa depor à comissão. “Ele já estava convocado, já tinha sido intimado pela Polícia Legislativa e eu espero que o STF mantenha a ida dele, para que possa prestar esclarecimentos de como conseguiu, com tanta facilidade, roubar a Previdência brasileira, quem são os servidores envolvidos e quem são os políticos que tenham favorecido”, declarou Viana.

Convocação do’ Careca do INSS’  foi das mais solicitadas da CPMI

A presença de Antunes na CPMI é tratada como prioridade pelos parlamentares. Foram protocolados 14 requerimentos pedindo sua convocação, incluindo solicitações do próprio presidente da comissão e do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

No requerimento de número 35/2025, o senador Izalci Lucas (PL-DF) classifica a convocação como uma “medida inarredável e de urgência”, argumentando que Antunes ocupa o papel de “epicentro operacional” do esquema criminoso.

“Relatórios de inteligência financeira apontam uma movimentação atípica e colossal de recursos por parte do investigado. Tais cifras estratosféricas, incompatíveis com qualquer atividade lícita declarada, constituem evidência material robusta de seu protagonismo na arquitetura financeira de uma das maiores fraudes já perpetradas contra a seguridade social brasileira”, afirma o senador no texto.

A CPMI do INSS foi instalada para investigar denúncias de irregularidades envolvendo a concessão de benefícios e descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas, com foco em fraudes estruturadas e participação de agentes públicos e privados.

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