Anielle Franco se pronuncia sobre denúncias contra Silvio Almeida: ‘Peço que respeitem meu espaço’
Almeida foi denunciado por assédio sexual e, entre as vítimas, estaria Anielle
Por Da Redação.
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, se pronunciou após Silvio Almeida, então ministro de Direitos Humanos e Cidadania, ser demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (6/9). Almeida foi denunciado por assédio sexual e, entre as vítimas, estaria Anielle.
"Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada", escreveu Anielle, na nota pública que foi divulgada em suas redes sociais.
Sem citar o nome de Silvio Almeida, nem expressar ter sido uma das vítimas do agora ex-ministro, Anielle falou sobre sua trajetória, onde desde 2018 diz dedicar sua vida "para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas". Além disso, afirmou que o "enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo".
No comunicado do Governo Federal sobre a demissão de Silvio Almeida foi informado que a Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.
Confira a nota de Anielle, na íntegra:
"Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial.
Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual.
Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas.
Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi.
Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência.
Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.
Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo.
Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro pra todas as pessoas."
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