Oposição na AL-BA critica boicote governista à candidatura de Fabrício Falcão ao TCM
Diante da manobra, houve tensionamento entre PT e PCdoB
A bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) tensionou a crise entre PCdoB e PT, membros da federação, que também é composta pelo PV, ao divulgar, na última quarta-feira (28/2), uma nota na qual se solidariza ao boicote à da bancada governista na Casa à candidatura do deputado estadual Fabrício Falcão ao conselho do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Falcão não reuniu o número mínimo de 13 assinaturas necessárias dos colegas e tentou participar da disputa por meio de um apelo à Mesa Diretora, que tem a prerrogativa de chancelar um candidato. Nesta terça-feira (27/2), contudo, os governistas integrantes da Mesa não compareceram à reunião que iria deliberar sobre a candidatura.
Líder da oposição na Assembleia, Alan Sanches (União) criticou a manobra do governo. “Nosso compromisso foi até o fim no sentido de apresentar o nome de Fabrício através da Mesa, tanto que nossos representantes lá, os deputados Samuel Júnior e Marcelinho Veiga, estiveram presentes para votar. A ausência de cinco deputados parece muito estranha, pois nunca houve falta de quórum numa reunião de Mesa Diretora”, afirmou.
“É por isso que queremos deixar a nossa solidariedade ao colega de tantos anos de parlamento. A nossa compreensão é de que ele tinha, ao menos, o direito de concorrer. Mas pelo que a gente percebeu, ele acabou sendo vetado pelo próprio governo”, acrescentou Sanches.
Neste mês, a bancada de oposição formalizou a indicação do ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) para ocupar a vaga deixada pelo conselheiro aposentado Fernando Vita. O outro indicado é Paulo Rangel (PT).
CRISE ENTRE ALIADOS
Diante da manobra, houve tensionamento entre PT e PCdoB. Ao jornal Correio, na última terça-feira, Falcão afirmou que não votará em Paulo Rangel para a vaga.
Na quarta-feira (28/2), o PCdoB publicou uma nota intitulada “O lamentável desrespeito ao PCdoB na eleição do TCM”, na qual classifica como “desrespeitosa” a ação do governo de boicotar a candidatura de Falcão. “Mais adiante, vamos examinar melhor o caso na direção do partido para tirar as devidas consequências”, diz trecho do comunicado, assinado pela direção estadual e pela bancada da legenda na Al-BA, composta, além de Falcão, pelos deputados Bobô, Olívia Santana e Zó.
Segundo o partido, a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) montou “uma operação”, denominada, pela sigla, de “rolo compressor”, a fim de “inviabilizar até mesmo da inscrição para a disputa na Assembleia, não permitindo nem o direito democrático do deputado candidatar-se”. “Uma ação absolutamente injustificável, quando se trata de impedir a qualquer custo o protagonismo de um aliado histórico do PT desde 2006, ano em que derrotamos o carlismo na Bahia. E para completar, a imprensa já anuncia que a vaga seguinte irá para um outro partido, um acordo feito pelo PT e pelo governo, ou seja, excluindo, isolando o PCdoB, uma política deliberada de contenção de um partido de esquerda, de restringir o crescimento de um parceiro”, pontua.
O acordo em questão, de acordo com o PCdoB, aconteceu em 2023, quando Falcão abriu mão da candidatura para ceder espaço à ex-primeira dama do estado, Aline Peixoto, esposa do ministro da Casa Civil, Rui Costa, governador da Bahia entre 2015 e 2022.
CONFIRA A NOTA DO PCDOB:
Como se sabe, o PCdoB indicou o respeitado deputado Fabrício Falcão para participar do processo de eleição do Conselheiro do TCM na Assembleia Legislativa. Ele reúne as qualidades técnicas, políticas e profissionais para a ocupação da vaga, já que tem vasta experiência parlamentar e formação acadêmica. A apresentação também foi decorrente de um compromisso do governo em torno da indicação de um quadro do PCdoB, depois de na eleição anterior, na qual o deputado Fabricio também era candidato, a candidatura foi retirada para atender um apelo para o apoio a Aline Peixoto.
Não somente foi ignorado o acerto em torno da indicação desta vaga, como foi montada uma operação – um verdadeiro rolo compressor – de inviabilização até mesmo da inscrição para a disputa na Assembleia, não permitindo nem o direito democrático do deputado candidatar-se – uma ação absolutamente injustificável, quando se trata de impedir a qualquer custo o protagonismo de um aliado histórico do PT desde 2006, ano em que derrotamos o carlismo na Bahia. E para completar, a imprensa já anuncia que a vaga seguinte irá para um outro partido, um acordo feito pelo PT e pelo governo, ou seja, excluindo, isolando o PCdoB, uma política deliberada de contenção de um partido de esquerda, de restringir o crescimento de um parceiro.
Diante de tais acontecimentos e resguardando nossa autonomia política, definimos por não comparecer para votar no dia da eleição do conselheiro na Assembleia Legislativa, deixando claro publicamente que não aceitamos a postura desrespeitosa a que fomos submetidos. E mais adiante, vamos examinar melhor o caso na direção do partido para tirar as devidas consequências.
O PCdoB vai completar 102 anos de história neste mês, sempre presente nas lutas do povo brasileiro por democracia e direitos sociais. Nos orgulhamos de nossa trajetória e episódios desse tipo só reforçam nossa unidade para seguirmos firmes e de cabeça erguida em busca da superação dos desafios que se apresentam.
Direção Estadual
Bancada do PCdoB da Assembleia Legislativa"
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