Flávio Dino descarta intervenção federal na Bahia: 'Governo do Estado está agindo'
À imprensa, o gestor chegou a afirmar que a situação na Bahia “é um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil”
O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, afasta a possibilidade de uma intervenção federal ser decretada na Bahia para combater o avanço do crime organizado no estado. Segundo o ministro, esse tipo de intervenção só é feita quando o Governo do Estado não está trabalhando para conter a violência:
“Não se cogita por uma razão: o Governo do Estado está agindo. A intervenção federal só é possível quando, de modo claro, inequívoco, o aparato estadual não está fazendo nada”.
A declaração de Flávio Dino foi dada neste domingo (24/9), em São Paulo, após uma cerimônia que concedeu a medalha da Ordem do Mérito, no grau de Grã-Cruz, ao Padre Júlio Lancellotti. À imprensa, o gestor chegou a afirmar que a situação na Bahia “é um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil”.
O ministro também informou que está em diálogo constante com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e com o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, com o objetivo de aperfeiçoar as operações policiais no estado.
“Nós temos conversado com o governador [Jerônimo Rodrigues], com o secretário de segurança [Marcelo Werner], para que haja um aperfeiçoamento, um aprimoramento dessas ações. É um quadro muito desafiador, muito difícil. O que nós, do governo federal, fizemos neste momento, foi fortalecer a presença da Polícia Federal para apoiar essas ações. Sobretudo, visando a pacificação. Infelizmente, as organizações criminosas se fortaleceram muito nos últimos anos, aumentaram o acesso às armas em todo o Brasil, por conta de uma política errada que havia no nosso país”.
Em agosto deste ano, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) assinou um acordo com a Polícia Federal e criou a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que realiza operações em conjunto no estado. Uma delas, que aconteceu no último dia 15, no bairro da Valéria, em Salvador, deixou cinco pessoas mortas, incluindo o policial federal Lucas Caribé. Apenas neste mês de setembro, a Bahia registrou 46 mortes durantes operações policiais.
Após a morte do agente federal, que costumava fazer parte da equipe de segurança do presidente Lula (PT) na Bahia, veículos blindados e policiais do Distrito Federal foram enviados para a Bahia. Essa ação, de acordo com Flávio Dino, não pode ser caracterizada como intervenção federal, e sim "apoio financeiro e material"."Somos contra mortes em confrontos e que sejam externas ao confronto e essa é a orientação que estamos transmitindo", apontou o ministro.
VIOLÊNCIA NA BAHIA
Em agosto, a líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete, de 72 anos, foi assassinada, no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Além da investigação pelas autoridades locais, a Polícia Federal também abriu um inquérito sobre o caso. Três homens foram presos por suspeita de participação no crime.
Dino disse que no momento o governo federal está apoiando as ações que ajudem a solucionar os casos de homicídio, como forma de tentar conter a violência no estado. “O mais importante neste instante, sem dúvida, não é propriamente a realização de julgamentos, são boas investigações, boas ações, para que a gente consiga ter uma situação estável pelo menos na Bahia. Hoje, sem dúvida é um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil”, ressaltou.
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