'Sociedade adoecida': Federação Nacional dos Jornalistas se pronuncia após ataque sofrido por TVs baianas
"O jornalismo, pilar de uma sociedade democrática, apesar de alvejado, não se intimidará diante dos ataques sofridos pelos colegas da Band e Aratu", disse a Fenaj.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se posicionou a respeito do ataque sofrido por profissionais da TV Aratu (SBT Bahia) e Band Bahia, na manhã desta terça-feira (1/2). No texto, a instituição diz a situação só mostra o quanto a sociedade está adoecida.
Leia abaixo, na íntegra:
"Quando jornalistas são atacados, a sociedade está exposta. Quando os profissionais são alvos de ataques físicos, percebemos o quanto essa sociedade está adoecida. O que aconteceu em Águas Claras, em Salvador, na manhã desta terça (01), reúne os dois traços de absurdos inaceitáveis na cidadania: intolerância e violência.
O Sinjorba e a FENAJ se solidarizam com os colegas Tony Júnior, Jeferson Alves, Fábio Gomes e Carlinhos, que trabalham para as TVs Aratu e Band, que foram atacados por bandidos ao fazerem a cobertura de um homicídio na Rua Santa Tereza, em Águas Claras. Os criminosos atiraram para o alto e também em direção aos repórteres. Além disso, ordenaram que os trabalhadores deixassem o local, quebraram um equipamento de filmagem e deram coronhadas em Jeferson.
O jornalismo, pilar de uma sociedade democrática, apesar de alvejado, não se intimidará diante dos ataques sofridos pelos colegas da Band e Aratu. Continuaremos cobrindo as pautas da editoria de Segurança, inclusive este fato específico, sobre o qual pedimos à Secretaria de Segurança Pública rigorosa apuração.
O avanço da criminalidade tem raízes numa sociedade que carrega a doença da desigualdade, que gera falta de oportunidades e deixa campo aberto para que nossos jovens sejam alistados no exército do tráfico de drogas. Por outro lado, o fato lamentável de hoje pela manhã demonstra a ausência de estado nas comunidades periféricas, deixando as populações à mercê de quadrilhas fortemente armadas, em um país onde as armas viraram produto de fácil acesso.
Ao mesmo tempo em que se exige dos governantes medidas que melhorem o ambiente econômico-social, exige-se também que as autoridades de segurança cuidem das nossas comunidades, protegendo-as. Se isso ocorrer, a atividade jornalística também estará protegida. Assim como instamos os veículos de comunicação a terem mais cuidado ao enviar equipes para coberturas em locais onde não haja condições de segurança para o exercício profissional.
Ou seja, pedimos o mínimo".
O texto foi assinado pela presidente da Fenaj, Maria José Braga, e pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas da bahia (Sinjorba), Moacy Neves.
O CASO
Equipes de reportagem das TVs Aratu e Band foram ameaçadas por criminosos, na manhã desta terça-feira (1/2), no bairro de Águas Claras, em Salvador. Os jornalistas foram à Rua santa Tereza para cobrir ocorrência de homicídio no local, quando foram surpreendidos pela ação.
Os profissionais de comunicação foram intimidados com tiros disparados a esmos e ameaças de terem suas integridades físicas atingidas. Segundo informações do repórter Fábio Gomes em narrativa, Ao Vivo, durante transmissão para o programa Cidade Aratu, disparos poderiam ter ferido as equipes.
De acordo com a reportagem, um bandido teria sido identificado como “Jhon”. Pelo menos, foi como um dos moradores se referiu ao criminoso pedindo para que ele não atirasse nos jornalistas. O cinegrafista da Band, Jeferson "Jegue", porém, foi agredido com coronhadas e teve o seu equipamento de trabalho danificado. "Me pegaram pelo pescoço, tomaram a câmera. Foi horrível!", relatou.
Foram momentos de grande tensão, correria e pânico para as equipes das duas emissoras. A situação teve os ânimos um pouco mais suavizados com a chegada de guarnições da 3ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cajazeiras) ao local.
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