Homem que gravou agressão de PM no Subúrbio diz que saiu de casa por medo; "apavorado"

O homem que gravou o vídeo em que um policial militar aparece agredindo um adolescente diz estar sofrendo ameaças. Com medo de mostrar o rosto, ele resolveu relatar o medo que se abateu sobre sua vida após as imagens ganharem repercussão nacional. 

"Você não tem segurança para dormir. Minha família está pavorizada", relatou. Ele disse ainda sobre o racismo da sociedade. "É difícil. Temos a raiz que é nossa pele, nosso cabelo e as vezes nao podemos mostrar isso para o povo e tira o direito de ir e vir, o direito do estilo próprio", concluiu.

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RELEMBRE

No vídeo que tem repercutido nas redes sociais nesta semana, o policial aparece batendo e chutando um jovem negro. A vítima não parece estar armada nem reage à abordagem, que aconteceu no bairro de Paripe, Subúrbio Ferroviário de Salvador.

Em um momento do vídeo, o agente passa a mão pelo cabelo do jovem, estilo "black power", e pergunta: "Isso é cabelo de trabalhador?". Depois, o policial dá murros na costela do homem e um tapa em sua cabeça. Por fim, ele pega um celular do chão e ainda dá um chute no jovem.

A mãe da vítima prestou queixa na corregedoria da Polícia Militar, que está apurando o caso. Na última quarta-feira (5/2), mãe e filho foram recebidos pelo comandante-geral da corporação, coronel Anselmo Brandão, e receberam pedido de desculpas. 

"Não é um ensinamento que passamos para os nosso policiais, nosso protocolo, pelo contrário, ensina como proceder, como fazer uma abordagem. O que a corporação externou para eles é que espera que isso não se repita. O que a gente vê ali é uma coisa dele, da pessoa, não da corporação. Ele, inicialmente, será afastado por 30 dias e o inquérito vai continuar, tanto pela PM, quando pela Civil, então agora é com a Justiça", disse o oficial.

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